"Definição de política sindical é estratégica para o FSM", diz secretário de Relações Internacionais

Publicado em 22 de fevereiro de 2010 às 11h32min

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Na próxima segunda-feira (22), inicia-se na Cidade de Ho Chi Minh, no Vietnã, o 4º Conselho Presidencial da Federação Sindical Mundial (FSM), da qual a CTB é filiada. Segundo Severino Almeida, secretário de Relações Internacionais da CTB, a presença da entidade no encontro é estratégica.
Severino Almeida e seu adjunto, João Batista Lemos, representarão a CTB no encontro, que pretende convocar o 16º Congresso da FSM e fazer o balanço da atuação da federação nos últimos cinco anos. Eles embarcam para a Ásia neste sábado (20)
Entre as ações que serão deliberadas, está a realização de um dia internacional de lutas, com diversas manifestações de trabalhadores pelo mundo. Uma das metas é superar a mobilização de 2009, quando houve protestos unificados em mais de 45 países no dia 1º de abril.
Em entrevista ao Portal CTB Severino falou sobre a realização do Conselho, no Vietnã, e sobre suas expectativas frente a uma entidade internacional como o FSM.
Portal CTB: Qual a sua expectativa para o encontro, enquanto secretário de Relações Internacionais?
Severino Almeida: Nossa expectativa é a de que o resultado dessa importante reunião dentro da estrutura da FSM seja um passo a mais de fortalecimento. Além disso, acredito que sua reestruturação necessita de uma interlocução cada vez mais representativa nas diversas regiões e continentes onde está estruturada.
CTB: Como você avalia a atuação da FSM diante da crise do capitalismo?
Severino: A atuação da FSM, a nosso ver, não deve se pautar prioritariamente por crise alguma e nem pautar sua atuação pelo tamanho da crise atual. Mesmo assim teve um papel imprescindível com denúncias quanto ao quadro de crise que o mundo capitalista está a sofrer.
CTB: E a CTB no FSM?
Severino: A nossa atuação pautou-se até aqui — e assim deve continuar — por um apoio integral à Federação Internacional. Ela representa para nós um campo estratégico, a ser ocupado por todos que não aceitam a hegemonia de um sindicalismo compromissado unicamente em entender a crise e contribuir para a sua solução. A FSM para nós é o instrumento para que o futuro não nos reserve apenas o convívio com crises e o esforço de não pagar contas que não são nossas.
CTB: Em sua opinião, que medidas são emergências e que devem ser tiradas deste encontro?
Severino: Pelo menos duas são essências. A primeira refere-se à definição de uma política sindical a ser implantada para e pelos seus afiliados que não permita estreiteza de atuação política da Federação. A FSM não pode se transformar numa Federação de secretários de visão estreita e excludente. É preciso disposição para se conviver com as diferentes formas de pensar. Não se pode esperar que uma Federação Mundial cumpra seu papel acreditando ser a possuidora da ideologia única e necessária a classe trabalhadora. A segunda é como promover políticas de motivação entre seus afiliados para que possamos ter uma Federação isenta de necessidades que devam ser atendidas por estes ou aqueles governos, sem importar a cor. A independência, inclusive econômica, se torna indispensável para qualquer instituição em qualquer nível que se pretenda soberana.

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