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Publicado em 08 de setembro de 2022 às 15h19min
Tag(s): Manifestação
Milhares de pessoas ocuparam as ruas de várias cidades do Brasil nesta quarta-feira (7) no 28° Grito dos Excluídos que denunciou a fome, distribuiu alimentos e protestou contra o desemprego, a não valorização dos profissionais da enfermagem, cujo piso salarial foi suspenso pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras pautas de interesse da classe trabalhadora e da população mais pobre do país.
Para marcar o bicentenário da Independência do Brasil, o tema escolhido pelos organizadores neste ano foi: "200 anos de (in)dependência para quem?”. A luta pela independência só termina quando ninguém mais passar fome neste país, todos estiverem em empregos decente e tiverem educação e saúde de qualidade e nenhum negro ou pobre morrer nas mãos das polícias locais ou federais foram algumas das faixas e falas ouvidas nos atos realizados em São Paulo, Recife, Campo Grande, Porto Alegre, Natal, Belém, Curitiba, Belo Horizonte, Alagoas, Mossoró (CE), Santo André (SP), Aparecida de Goiânia (GO) e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o Grito dos Excluídos começou nas primeiras horas da manhã gelada na Praça da Sé. O mote foi "Por terra, teto, pão e democracia - pão e viver bem". A atividade também integrou as ações da Mobilização Nacional Contra a Fome e a Sede, que conta com alimentos produzidos pelas cooperativas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e doações das Cozinhas Solidárias que participam de organizações da Campanha "Gente é para Brilhar e não para morrer de fome".
"O Grito tem um compromisso contra a exclusão social, independente de quem seja o governo. De modo nenhum podemos deixar nossa pauta de lado, vamos estar sempre reivindicando o que é necessário para o nosso povo”, disse o coordenador da Pastoral Operária, Paulo Pedrini.
Em Porto Alegre, mais de 3 mil pessoas foram ás ruas para celebrar a vida e a democracia, protestar contra as ameaças de golpe e reivindicar comida, terra, teto e trabalho para o povo brasileiro.
“O povo quer trabalho, quer comida, quer teto, quer emprego, quer saúde, quer terra para trabalhar, produzir e alimentar a população”, ressaltou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
“O povo está querendo a independência para si. Nesses 200 anos da independência, o Brasil ainda precisa abandonar essa escravidão que permanece. Nós queremos um Brasil para todo o povo brasileiro, com trabalho, renda, teto, terra, saúde e vida”, disse o dirigente.
No Ceará, os manifestantes se reuniram em Fortaleza e nas cidades de Crato, Morada Nova, Juazeiro do Norte e Tianguá para denunciar "injustiças na construção da soberania nacional e negligências do governo Bolsonaro".
Na capital fluminense, 5 toneladas de alimentos foram distribuídos em ação organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). “O protesto percorreu ruas da região central estampando cartazes questionando o agravamento da fome e da miséria no país”, informa o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Em Aracaju, os manifestantes cobraram a punição do assassinato do trabalhador Genivaldo de Jesus Santos, que morreu asfixiado em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, no dia 25 de maio, em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal. A sede da PRF foi o local escolhido para a saída da manifestação.
“Viemos aqui dizer que vamos lutar contra a fome, contra a miséria e contra quem alimenta o ódio fascista que assola nosso País”, disse a você-presidenta da CUT-SE, Ivonia Ferreira.
Em Belo Horizonte, o povo saiu em passeata pelas ruas do Centro da capital mineira questionando o propósito do feriado com o tema “(In)dependencia para quem?”.
Este ano, a manifestação cobrou moradia para pessoas em situações precárias na capital e mais apoio do governo estadual e prefeitura. “Estamos tentando mudar nossa situação, os governos não nos ajudam e as pessoas precisam de moradia”, disse Sérgio Pereira, um dos organizadores do ato.
Em Recife, com bandeiras em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, da educação pública e dos direitos dos povos indígenas e de terras indígenas, mais de 3 mil pessoas caminharam desde cedo pelas ruas do centro da capital pernambucana. O ato terminou às 11h40, com uma ciranda.
Em Maceió, a marcha do 28º Grito dos Excluídos foi na orla da capital alagoana e reuniu representantes das pastorais sociais e dos movimentos sociais e sindicais do campo e da cidade.
Em Salvador, o Grito dos Excluídos em Salvador reuniu diversos manifestantes e uma pauta que ia de críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), à privatização dos Correios, luta por moradia e defesa dos povos indígenas.
"Hoje estamos aqui para dar um grito de socorro. Clamamos a toda a população baiana que a gente possa juntar a causa dos povos indígenas. Estamos morrendo, sendo assassinados em nossos territórios. Não podemos admitir que em pleno século 21 nós sejamos exterminados. SOS povo pataxó", disse Kahu Pataxó, representante do povo Pataxó.
"É um ato em defesa da democracia e do Correios público, já que esse governo quer privatizar. Muitos países que privatizados, a população sofreu e alguns deles agora estão reestatizando. Nossa luta é que o governo volte a contratar através de serviço público para que o povo brasileiro possa ter um Correios na sua porta com um serviço de qualidade", disse André Aguiar, carteiro e diretor sindical.
Fonte: CUT