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Publicado em 21 de setembro de 2022 às 16h11min
Tag(s): Manifestação Pisos salariais
Os profissionais da enfermagem em Natal iniciaram a quarta (21) com uma paralisação de 24 horas pela implantação do Piso Nacional da categoria e contra o veto do presidente Bolsonaro ao reajuste anual. Foi mantida a porcentagem de 30% dos profissionais nos setores de média e alta complexidade – hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) e Samu. Já a atenção primária, formada pelas Unidades de Saúde da Família (USF’s), Unidades Básicas de Saúde (UBS’), Estratégia de Saúde da Família (ESF’s), Centros de Atendimento Psicossocial (CAP’s), Policlínicas e Centros de Atenção Integrada à Saúde (CAIS).
“Nós sabemos que no Brasil, os grandes empresários e banqueiros internacionais é que mandam na economia do país e elegem, inclusive, os políticos. A pressão dos donos de planos de saúde e grandes redes de hospitais é grande, mas a enfermagem é muito maior que isso. Sem enfermagem não existe saúde, se a categoria parar numa greve geral, nacional…nenhum atendimento vai acontecer. Somos 70% ou mais da categoria da saúde”, alerta Érica Galvão, diretora do Sindsaúde/RN e servidora da Maternidade Municipal Dr. Araken Irerê Pinto.
Pela manhã, a manifestação está sendo realizada na Praça Sete de Setembro, no bairro da Cidade Alta.
“Apesar da pressão, continuaremos nos mobilizando e saindo às ruas até que esse piso seja aprovado porque tem sim fonte de custeio, tem de onde tirar dinheiro, isso já foi amplamente debatido. Quem sabe uma greve geral da enfermagem não mostre a esses grandes empresários que eles, sozinhos, não vão construir a saúde desse país”, critica Érica Galvão.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021 revelaram que mais de 13,6 mil profissionais de saúde morreram no Brasil em decorrência da covid-19. O índice é considerado um dos maiores do mundo e 40% superior aos registros oficiais.
O presidente da República sancionou no dia 4 de agosto a lei que garante uma remuneração mínima, paga nacionalmente, para enfermeiros, parteiras, técnicos e auxiliares de enfermagem.
A medida prevê um piso de R$ 4.470 para enfermeiros, já técnicos devem receber 70% desse valor e parteiras e auxiliares, pelo menos, 50%.
No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, suspendeu o reajuste no dia 4 de setembro, até que seja feito um levantamento sobre os impactos financeiros sobre estados, municípios e hospitais.
O ministro do STF deu um prazo de 60 dias para que federações e entidades do setor se manifestem sobre a capacidade de pagar o piso.
A suspensão é uma resposta a uma ação apresentada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços que alegou a possível “demissão em massa”, caso o piso seja implantado.
Além disso, o presidente Jair Bolsonaro vetou a correção anual dos valores de acordo com a inflação.
Fonte: Saiba Mais