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Publicado em 19 de outubro de 2022 às 09h20min
Tag(s): Defesa da Educação Pública
Entidades estudantis, sindicatos e movimentos sociais foram às ruas de Natal na tarde desta terça-feira (18), em mais um dia de luta contra os cortes na educação e por mais investimentos na área. Na capital potiguar, o ato se concentrou na calçada do Midway Mall e caminhou até a altura da Praça da Árvore de Mirassol.
Segundo estimativa da coordenadora do DCE da UFRN, Letícia Côrrea, até mil pessoas participaram da manifestação.
“Foi um ato muito bem sucedido. É difícil dar uma estimativa, porque chegou uma hora que era um mundo de gente, mas a gente aposta que entre 500 e mil estudantes da UFRN, dos IFs, das escolas estaduais também se envolveram. Então foi um ato verdadeiramente unificado do movimento estudantil e dos professores da UFRN que também estavam presentes”, aponta.
De acordo com ela, era visível o apoio das ruas e as manifestações espontâneas contra o atual presidente.
“Nas obras e empresas que nós passávamos, as pessoas faziam o ‘L’, entendiam que nós estávamos ali para defender a educação e votar em Lula presidente para derrotar Bolsonaro”, afirma.
“Grande parte do protagonismo foi do DCE da UFRN. Nós conseguimos lotar dois ônibus de mais de 50 vagas saindo da universidade e levando até o Midway, onde a gente se reuniu”, explica.
O sentimento, afirma, é de felicidade.
“Nós estamos muito contentes e a gente espera que esse ato seja um passo à frente na organização dos estudantes pelo Fora Bolsonaro aqui em Natal.”
O ato foi convocado nacionalmente pela União Nacional dos Estudantes (UNE) após o Governo Bolsonaro anunciar um contingenciamento nas verbas da área da Educação. Com a pressão da comunidade, o governo recuou. Mas, na UFRN, alunos e servidores reclamam que a “tesoura” de Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, se mantêm.
“Nós vínhamos acompanhando essa movimentação desde o bloqueio de outubro, que esse de fato o Governo Federal, através do Ministério da Economia, recuou, que foi o segundo corte. Mas o corte de junho, que corresponde a mais de R$ 11,8 milhões da UFRN, ainda está retido”.
Oswaldo Negrão, presidente do ADURN-Sindicato.
“Então a situação é bastante dramática, visto que a gente perde recursos além dos cortes que já haviam sido anunciados, e que a gente vem observando desde a aprovação da Emenda Constitucional 95 [Teto de Gastos]”, lamenta.
Grande drama
Segundo Negrão, os cortes do governo Bolsonaro têm trazido um “grande drama” às instituições de ensino.
“A gente não tem recurso hoje para pagar o salário de terceirizados, temos recursos bloqueados para pagamento de conta de luz, conta de água, da segurança do campus. Então a gente vê com muita preocupação esse desrespeito com a autonomia universitária e ao mesmo tempo esse desfinanciamento que é contínuo”, critica.
Para ele, os contingenciamentos atingem toda a comunidade acadêmica, mas especialmente os estudantes que necessitam de recursos financeiros para manter os estudos. Por isso, o docente defende os atos a favor da educação.
“Quando a gente perde recursos de financiamento de bolsas de permanência do estudante, recursos para o bom funcionamento dentro da integralidade do nosso Restaurante Universitário, ou bolsas de permanência dos estudantes, todo mundo perde, né?”, reconhece.
“O estudante, claro, acaba sendo a parcela mais frágil dentro dessa situação que é dramática, mas todos perdem”, corrobora. “Esperamos ter mudanças em breve para que a gente possa ter novamente investimentos robustos e contundentes para educação como um todo, assim como para a saúde pública e assim por diante”, espera.
Fonte: Saiba Mais