O Brasil tem o segundo menor salário mínimo real em uma lista de 31 países, segundo levantamento feito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com base em dados sobre a remuneração de trabalhadores pelo mundo no ano de 2021. Essa é a pior colocação do país na pesquisa desde 2018.

O estudo compara os salários ajustados com base na paridade do poder de compra, usando o dólar como moeda-base. Assim, os trabalhadores brasileiros ganham um salário mínimo médio de US$5,21 por hora — perdendo apenas para o México, onde os trabalhadores ganham cerca de US$3,32 por hora. 

O Brasil também fica atrás de outros países da América Latina, como a Colômbia, que ocupa a 28ª posição (US$8,1), e o Chile, que está em 27º lugar (US$8,3). O país que encabeça a lista é Luxemburgo, onde os trabalhadores ganham um salário médio de US$27,7 por hora.

Destruição neoliberal

O governo Bolsonaro acabou com a política de valorização do salário mínimo, que reajustava o valor anualmente acima da inflação. Assim, os trabalhadores perderam o poder de compra e veem seu salário ser cada vez mais corroído pela inflação. 

Durante os 13 anos dos governos Lula e Dilma, quando essa política foi instaurada, o salário mínimo acumulou aumento real de 76%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em setembro de 2022, o salário mínimo deveria ter sido de R$6.306,97 para garantir a manutenção de uma família de quatro pessoas.

Com informações das agências