Golpistas desafiam Justiça, se reúnem em frente a batalhão e ameaçam de morte jornalista em Natal

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 09h47min

Tag(s): Ato Político Democracia Manifestação



Após o ataque golpista à Praça dos Três Poderes e prisão de cerca de 1.500 terroristas em Brasília, o acampamento em frente ao Batalhão 16 RI, em Natal-RN, aparentemente havia sido dissolvido na segunda-feira (9). Das 15h até o início da noite, nenhum bolsonarista ficou no local, onde permaneceram por mais de 60 dias, desde a derrota do ex-presidente Bolsonaro (PL). Mas por volta das 19h30, um grupo se reuniu sem ser incomodado pela polícia e ameaçou equipe de reportagem da TV Ponta Negra, provocando briga.

“Estou ainda tentando entender tudo. Já conseguimos identificar um deles, um mototaxista de Extremoz. Vamos tentar agora processar essas pessoas, porque tive ameaça de morte. Foi uma situação muito desesperadora e triste, porque no momento em que as ameaças começaram a polícia não estava e eu fiquei com medo porque um estava mexendo na cintura como se estivesse pegando em arma”, contou a repórter da TV Ponta Negra Karol Dantas, que estava acompanhada do cinegrafista Francisco Câmara  para cobertura da movimentação no batalhão após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para desmonte dos acampamentos criminosos no prazo de 24 horas.

“A situação ficou tensa quando um pequeno grupo de manifestantes pró-bolsonaro que não aceita o resultado das eleições intimidou, ameaçou e tentou de diversas formas atrapalhar o trabalho dos profissionais”, publicou a emissora, ao se solidarizar com os trabalhadores.

Em vídeo feito pela Inter TV, não se vê policiais. Em imagem divulgada pela Ponta Negra, após o fato, a polícia está presente.

Registro da Inter TV:

Tocador de vídeo
 
A Agência Saiba Mais esteve no local antes, até as 19h, e depois do caso, às 21h, mas nos dois momentos, os policiais disseram não ter presenciado ou participado de ocorrências. Às 21h20, ao ver as imagens gravadas, um agente chegou a dizer que o incidente “deverá ter sido de tão pequena importância que a polícia não foi acionada” e ainda que pode ser montagem. Havia cinco policiais e uma viatura no Aeroclube de Natal, além de outra desligada no portão do 16 RI.
 
Foto: Isabela Santos

O supervisor de serviço, Capitão Crisanto, disse também não ter conhecimento e que “se houve agressão, o registro está na [Central de Operações] Copom”.

À tarde, um carro da Polícia Militar e quatro agentes davam plantão na esquina do Museu Câmara Cascudo enquanto outras viaturas faziam ronda na avenida. Era lá que estavam quando Karol e Francisco foram ameaçados. “A ordem é para que não tenha nada. Estamos aqui acompanhando e não houve nenhuma intercorrência”, comentou um dos policiais.

Naquele horário, havia apenas alguns sacos de lixo e uma pequena bandeira do Brasil no chão.

Foto: Isabela Santos

Durante a manhã, a governadora Fátima Bezerra se reuniu com os comandos das polícias do Rio Grande do Norte, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e inteligência do Exército Brasileiro para articular a desocupação total de movimentos bolsonaristas em áreas militares do estado. A medida cumpre decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes proferida na madrugada da segunda.

Às 22h, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social foi questionada pela Agência Saiba Mais e confirmou a ocorrência:

– A Polícia Militar foi acionada no início da noite de hoje, porque um pequeno grupo estava reunido próximo ao quartel. Foi justamente um membro deste grupo que agrediu os jornalistas. Mas com a PM no local essas pessoas rapidamente foram dispersadas“, explicou a Sesed, que não soube responder se alguém havia sido detido até o fechamento desta matéria.

Foto: Isabela Santos

Fonte: Saiba Mais

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