A votação estará disponível na segunda-feira, 22/11, às 08h.
Olá professor (a), seja bem-vindo (a) ao ADURN-Sindicato! Sua chegada é muito importante para o fortalecimento do Sindicato.
Para se filiar é necessário realizar 2 passos:
Você deve imprimir e preencher Ficha de Sindicalização e Autorização de Débito (abaixo), assinar, digitalizar e nos devolver neste e-mail: [email protected].
Ficha de sindicalização Autorização de DébitoAutorizar o desconto no seu contracheque na sua área no SIGEPE e que é de 1% do seu VB (Vencimento Básico).
Tutorial do SIGEPEFicamos a disposição para qualquer esclarecimento.
ADURN-Sindicato
Publicado em 13 de janeiro de 2023 às 10h23min
Com a retirada do sigilo de 100 anos dos gastos com cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o país se deparou com mais uma série de ações e ilicitudes de tal maneira insólitas que às vezes custa a crer tratarem-se de fatos reais, acontecidos e não inventados.
A população foi apresentada a episódios muito curiosos, como o de restaurante que vendia marmitas, cuja opção mais cara do cardápio custava R$ 50 e no qual o ex-presidente gastou R$ 109 mil de uma vez só. Ou o caso do hotel em São Paulo em que Bolsonaro gastou R$ 30 mil em datas em que não estava na cidade. Descobriu-se, também entre outras aberrações, que Bolsonaro gastou R$ 13,7 milhões em hotéis e R$ 8,6 mil em sorvetes com cartão corporativo.
O consumo de dinheiro público com hospedagens é um dos que mais chamou a atenção. Foram mais de R$ 13 milhões. Deste total, uma única servidora pública de carreira, lotada em cargo de confiança no GSI (Gabinete de Segurança Institucional, então comandado pelo general Augusto Heleno), foi responsável por um terço dos gastos, ou mais de R$ 4 milhões. Seu nome é Magda Oliveira de Myron Cardoso.
A servidora tem 63 anos e está há mais de 20 no funcionalismo. Seu salário atual supera os R$ 20 mil.
De acordo com os dados públicos da administração federal, Magda Myron realizou nada menos do que 45 viagens em que pagou sua hospedagem com o cartão corporativo cedido pela Presidência da República. Na maioria das vezes o registro de traslado aponta que a servidora fez uso de “veículo oficial” para a viagem (sem compra de passagens aéreas).
Considerando que são viagens entre cidades situadas em diferentes estados ou até países, conclui-se que a servidora tinha livre trânsito nas aeronaves da Presidência da república, muito embora não haja qualquer registro público fotográfico, audiovisual ou escrito de sua presença em viagens oficiais em companhia do ex-presidente Jair Bolsonaro. Veja, abaixo, alguns exemplos.
Em outra oportunidade, em 2021, Bolsonaro foi curtir o fim de ano em São Francisco do Sul (SC), no litoral catarinense. Estava oficialmente de férias. Ainda assim, a brincadeira resultou em R$ 198 mil com gastos no hotel Zibamba, em São Francisco do Sul, R$ 73 mil em combustível em um posto da cidade e R$ 66 mil em uma padaria, entre outras despesas, quase todas assinadas pela diligente servidora Magda Myron, que fez uso do dinheiro público e do cartão corporativo para pagar.
Sim, Bolsonaro levou a sua assessora para as férias, junto com ele, no avião da Força Aérea Brasileira.
Assim, de maneira sucessiva, os casos se repetiram ao longo de todo o mandato de Jair Bolsonaro, até que a soma com diárias gastas com Magda (ou, pelo menos, pagas por elas, com dinheiro público) atingissem os R$ 4 milhões. Tudo está ao alcance do público para checagem.
Foram 45 viagens e nenhum registro dos dois juntos. Aos olhos de um desavisado, poderia até parecer que se tratava de uma funcionária laranja assinando despesas inexistentes, forjadas para que se pudesse sacar o dinheiro público e depois rachar o montante com o chefe que autorizou o saque, mas dizer isso seria leviano e mera especulação.
O que é, sim, fato, é que não é de hoje que Magda Myron se envolve nas maiores confusões no serviço público federal. Sua carreira começou em 1998, em uma vaga como coordenadora de planejamento do Fundo Nacional de Desenvolviemnto da Educação, onde trabalhou ficou até 2006.
Lá, acabou por conhecer quem se tornou seu maior padrinho político: o ex-ministro das Cidades Marcio Fortes (PP), com quem foi trabalhar assim que o pepista assumiu a pasta, em 2006.
Ela foi subsecretária de Planejamento, Orçamento e Administração do ministério. Na CBTU, a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), ela também era subordinada a Fortes como presidente do Conselho Fiscal. A respeito dessas atividades, o TCU (Tribunal de Contas da União) informou, em relatório, que um contrato assinado com a empresa Dialog Serviços de Comunicação e Eventos, em 2007, quando Fortes e Magda ocupavam seus postos no ministério, foi superfaturado.
Magda Myron foi a responsável pela assinatura do contrato, em que foi diagnosticada aceitação de proposta “com preços acima dos valores praticados pelo mercado”. O relatório do órgão apontava a servidora como responsável pelo superfaturamento, ao lado de outros dois ex-funcionários da pasta.
Eram quase R$ 2,8 milhões referentes à prestação de serviços em 14 eventos organizados pelo ministério, todos reunidos em um só contrato com as marcas de superfaturamento.
Magda Myron foi chamada a se defender, e disse que só colocou seu nome no contrato por assim ter sido orientada por seus superiores, por dever de função. Em outras palavras: afirmou que fez o que fez porque foi obrigada e porque foi usada como laranja por seus chefes.
Não seria a última vez que a servidora sofreria com tamanho infortúnio. Magda Myron, a assessora acompanhante de Bolsonaro em suas viagens a trabalho e de férias, é cliente preferencial do Tribunal de Contas da União. Nos escaninhos virtuais do Sistema de Contas Irregulares do TCU, Magda figura em nada menos que 45 processos, curiosamente o mesmo número de viagens que fez e pagou com dinheiro e público e cartão corporativo de Jair Bolsonaro. Está tudo à disposição de quem quiser ler.
Assim que os dados do uso do cartão corporativo de Bolsonaro foram tornados públicos, Magda fechou todas as suas contas em redes sociais, deixando apenas a seus seguidores autorizados o direito de ver as fotos das viagens que fez em virtude de seu trabalho e que gostava de mostrar em suas páginas de Face e Insta. Agora, ficou tímida.
O DCM tentou contato, nesta quinta-feira (12) em três órgãos federais em que Magda trabalha ou já trabalhou. Em todos eles, quem atendeu disse que a servidora não estava e que não sabiam que hora ou dia estaria de volta. Que o Ministério Público e a Polícia federal tenha mais sorte, se por um acaso precisarem encontrá-la.
Fonte: Diário do Centro do Mundo