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Publicado em 31 de janeiro de 2023 às 16h09min
Tag(s): Fórum Social Mundial
O Fórum Social Mundial Porto Alegre 2023, promovido de 23 a 28 de janeiro sob o tema “Democracia, direitos dos povos e do planeta”, renovou o sonho e a esperança de que “outro mundo é possível” e terminou com o chamado à mobilização permanente para a construção um futuro com diálogo, igualdade, justiça social, paz e sustentabilidade.
O evento, organizado por centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda, reuniu mais de 10 mil pessoas que participaram em mais de 200 atividades presenciais e virtuais, conforme estimativa do Comitê Facilitador, já que não era necessário fazer inscrição. E a tradicional marcha tomou as ruas da capital gaúcha, dando visibilidade para todos as raças e etnias e dialogando com a população.
A CUT-RS e centrais fortaleceram o trabalho decente, a igualdade salarial entre homens e mulheres, o combate à fome, a valorização dos sindicatos e a defesa da democracia, sem anistia para os golpistas, como fundamentais para o Brasil que precisamos reconstruir, durante a mesa “Sindicalismo e Trabalho Decente – Salário igual para Trabalho igual”.
Permanecer nas ruas
Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, o Fórum reafirmou a luta pela democracia. “Temos o compromisso de todos os participantes, movimentos, centrais sindicais e partidos de esquerda de permanecer nas ruas. A organização do povo, sua conscientização e mobilização, é a garantia que a gente pode ter instituições fortes e governos que façam as mudanças necessárias e inadiáveis para ter um Brasil de volta para trabalhadoras e trabalhadores, para o povo que mais precisa”, destacou.
A secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves disse que o FSM deixa um legado importante. “Nós, do movimento sindical, tivemos uma participação efetiva. O país nesses últimos anos não teve espaço nenhum de discussão, de participação e de proposição. O debate no Fórum permitiu percorrer as necessidades do país, deixando um legado importante”, apontou.
Vitalina ressaltou que o evento serviu como alavanca de organização dos movimentos sociais, das lutas sindicais e das relações com o governo para o ano de 2023. “Será um ano de reconstruir a democracia no país, trazendo direitos e participação da classe trabalhadora”, frisou.
A esperança está de volta
O secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil e integrante da Executiva Nacional do Fundo Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Admirson Medeiros Ferro Júnior (Greg), que veio participar de várias atividades do FSM, disse ao se despedir de Porto Alegre, que a “mala vai recheada de esperanças e de renovação”.
O dirigente sindical destacou que o diálogo foi intenso. “Nós conversamos sobre o futuro do Brasil, o país que a gente precisa construir. Sobre todo um processo de reconstrução desse país nos mais diversos sentidos. Tivemos uma marcha maravilhosa, onde a gente pode ver a irreverência e nos olhos das pessoas que a esperança está de volta”, manifestou.
Retomada de uma agenda propositiva
Um dos coordenadores do FSM, Mauri Cruz, disse que a edição deste ano “representou a retomada de uma agenda propositiva da sociedade civil internacional para com os temas fundamentais que assolam a humanidade nestes últimos anos: a defesa da democracia, o combate às desigualdades, a necessidade da efetivação das políticas de proteção e preservação ambiental”.
Ele destacou que “Porto Alegre, mais uma vez, demonstrou sua vocação para acolher todos os movimentos internacionalistas que lutam por liberdade, democracia, igualdade e justiça socioambiental, retomando as edições do FSM e contribuindo para manter acessa o sonho de um outro mundo possível, urgente e necessário”.
Para Mauri, o FSM cumpriu um papel fundamental “de articulação, construção coletiva de propostas e estratégias e, principalmente, de diálogo das organizações e movimentos sociais com o novo governo, pautando os temas centrais como a luta antirracista popular e periférica, o respeito aos direitos das mulheres e o reconhecimento de seu protagonismo, o combate à fome e a proteção ambiental, a retomada das pautas dos direitos sociais, do trabalho decente com salários iguais entre homens e mulheres e da necessidade do empoderamento popular através da implantação de mecanismos de democracia participativa capaz de, realmente, partilhar o poder”.
Participação do governo
O governo Lula enviou diversos representantes para participar das atividades que aconteceram durante os seis dias de Fórum. Gilberto Carvalho, Marina Silva e Márcio Macedo foram três nomes de destaque presentes nos principais debates das mesas de convergência realizadas no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa.
A defesa da democracia sem anistia aos golpistas, a participação da sociedade nas decisões do novo governo, o enfrentamento às desigualdades, uma reforma tributária cidadã e a denúncia do genocídio Yanomami foram pautas transversais.
“Para o novo governo que tomou posse, esse Fórum tem aspecto muito especial: é uma convocatória para um novo método de governo que queremos implantar com forte participação social, construção conjunta das ações de governo”, acentuou o secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Gilberto Carvalho.
“O Fórum é um chamado, um alerta: ou vamos juntos ou não iremos até o fim. Por isso, eu estou aqui e vim falar de Economia Solidária que também é uma forma material de participação. Porto Alegre mais uma vez é o centro da democracia”, pontuou Gilberto. Ele participou das mesas de convergência “Sindicalismo e Trabalho Decente” e “Economia Solidária, tecendo redes, transformando realidade, reconstruindo o Brasil”.
Aprofundar a democracia e a sustentabilidade
A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, veio participar da mesa "Fortalecer a terra, alimentar o Brasil", denunciando que quatro de cada dez crianças Yanomami estão contaminadas por mercúrio.
"O Brasil está estarrecido com a imagem do povo Yanomami à semelhança do que vemos nos livros de história sobre os campos de concentração", comparou a ministra.
Discutindo o "momento difícil" e a necessidade de "reconstruir o Brasil" pós-Bolsonaro, Marina acentuou a importância da sustentabilidade e enfatizou alguns desafios a serem enfrentados pelo governo e pela sociedade brasileira.
"O primeiro deles é fortalecer a democracia", disse, salientando que não existem respostas duradouras se elas só vierem de cima para baixo.
Outro desafio é o enfrentamento da desigualdade, citando não ser possível admitir que "um dos maiores produtores de proteína animal e de grãos do mundo tenha 33 milhões de pessoas passando fome e 125 milhões em um quadro de insegurança alimentar", quando a pessoa come, mas não absorve os nutrientes necessários.
Restabelecer a participação social
O ministro da Secretaria-geral da Presidência, Márcio Macedo, participou da mesa “Democracia participativa e controle social”, no final do FSM. Ele destacou que a democracia se sustenta na participação e no controle da sociedade “e essa é a determinação do presidente Lula”.
Macedo apontou também ações já tomadas para colocar representantes da sociedade de volta a instâncias consultivas e deliberativas. “O presidente criou a Secretaria de Participação Popular, a Secretaria de Diálogos Sociais, a Secretaria de Políticas Sociais, a Secretaria de Juventude e promove a rearticulação dos conselhos”, contou.
“O golpe na presidenta Dilma interrompeu um processo glorioso de aprofundamento da participação popular e da democracia participativa”, assinalou. Na sequência, observou que o governo Bolsonaro executou um “processo para acabar com a participação social, suspender todas as conferências, fechar e dificultar as participações dos conselhos”.
Agora, o caminho de retomada será feito com ajuda de entidades e movimentos sociais. “Vamos fazer uma relação respeitosa e autônoma, construída a várias mãos com transparência, com controle social e com debate permanente para a consolidação das políticas públicas”, disse o ministro.
Fonte: CUT