8M em Natal: mulheres (ainda) pedem direito à vida em manifestação

Publicado em 09 de março de 2023 às 16h42min

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Na calçada da avenida Salgado Filho, em frente ao Midway Mall, vítimas de feminicídio foram lembradas com cruzes de madeira para, mais uma vez, denunciar esse tipo de violência. Centenas de pessoas foram às ruas de Natal na tarde deste Dia Internacional da Mulher, 8 de março, motivadas pelo tema “Pela Vida das Mulheres: reconstruir o Brasil com a Democracia, contra o fascismo e pelo bem viver”.

O ato contou com coletivos feministas, centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis, partidos políticos, presença de parlamentares, e seguiu em marcha até as imediações do Natal Shopping, em Candelária.

 

“As mulheres, historicamente, sempre estão em luta, mas hoje, mais do que nunca, a gente está pela vida das mulheres. O número de feminicídios é alto e muitas de nós estão passando fome. Estamos aqui pelo combate à pobreza e à violência”, destacou a funcionária pública Márcia Souza.

 

Diretora do SindSaúde/RN, Érica Galvão lembrou Kalina Azevedo, morta a tiros em 2022, aos 43 anos de idade, pelo marido que não aceitou a separação. “Era uma colega da Enfermagem que foi brutalmente assassinada. O feminicídio geralmente é brutal. eles matam na frente dos filhos”, lamentou, ao destacar também a luta das trabalhadoras da saúde e da educação, que estão hoje em greve, pelo pagamento do piso salarial.

 

Militante do grupo “Amélias: mulheres do projeto popular”, Pollyana Galvão exaltou a adesão de tantas mulheres à manifestação popular: “O machismo disse que as ruas não eram nossas, mas estamos aqui. É com a nossa rebeldia que iremos avançar muito mais. O inimigo é o sistema capitalista. O inimigo é o patriarcado. Vamos seguir em marcha, em luta, em sintonia e com o desejo de viver uma vida mais igualitária”.

 

 

“Reconstruir a vida das mulheres em diversos aspectos” é a motivação maior do movimento, para a professora aposentada Wilma Geruza, ressaltando que o grupo passa ainda por negação de direitos e violência exacerbada. “Nossa luta é pela igualdade de gênero para que todos e todas tenham seus direitos assegurados”, pontuou.

 

 

Acompanhando a caminhada, a Subsecretária de Políticas para as Mulheres do Governo do RN, Wanessa Dutra Fialho disse que a gestão potiguar prioriza a independência das mulheres. “O governo tem investido na autonomia financeira das mulheres e no acesso à renda. A exemplo: ações voltadas para a agricultura familiar, com destinação de microcréditos. O enfrentamento à violência também é prioridade, inclusive com equipamentos de segurança, com a implantação de delegacias especializadas e da patrulha Maria da Penha”.

 

 

Estudantes

Mesmo com o fim do governo Bolsonaro, denunciar o período recente sombrio e pedir responsabilização pelos crimes cometidos ainda é uma pauta das mulheres.

“O último governo foi inimigo das mulheres, estudantes, mulheres trans, mulheres LGBTs, as mulheres negras. A luta estudantil não se desvincula de forma nenhuma da luta das mulheres pelos seus direitos e pelos que foram retirados no último período”, apontou a coordenadora do DCE-UFRN e vice-presidenta da União Estadual dos Estudantes, Raquel Rocha.

 



A estudante lembrou ainda que as mulheres são maioria da população (mais de 51%, segundo IBGE), mas que o percentual não se reflete na comunidade acadêmica.

“Nossa mobilização tem que ser além de nós. Nesse espaço do 8M, a gente tá passando nas salas mobilizando, falando da importância da luta contra o assédio, uma realidade escancarada fora da universidade e dentro dela não é diferente. É o sistema que é machista e que coloca a gente nesse lugar vulnerável, a ponto de ameaçar a nossa permanência estudantil”, completou Raquel.

Fonte: Saiba Mais 

ADURN Sindicato
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