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ADURN-Sindicato
Publicado em 18 de maio de 2023 às 09h32min
Tag(s): ADURN-Sindicato Cidadania Direitos Humanos Saúde
Fechamento de manicômios, formalização de novas legislações, implantação da rede de saúde mental e atenção psicossocial, e instauração de novas práticas: são estas as pautas defendidas neste 18 de maio, Dia Nacional de Luta Antimanicomial. A data é celebrada e organizada por diversos movimentos sociais, grupos, coletivos e entidades em todo o país. O dia não só tem o intuito de refletir sobre os problemas de saúde mental que afetam a sociedade moderna, mas também de debater novas diretrizes das políticas públicas no cuidado com a problemática.
No Brasil, desde a década de 80, práticas abusivas cometidas em instituições psiquiátricas e precarização das condições de trabalho fazem parte das diversas denúncias que reforçam a luta dos movimentos ligados à saúde. Fora do Brasil, casos semelhantes a esses foram testemunhados pela primeira vez na Itália, através do psiquiatra, Franco Basaglia, que presenciou uma série de abusos e negligências no tratamento dos enfermos. A partir das constatações e luta, em 1978 foi implementada a Lei da Reforma Psiquiátrica no país.
A Lei de número 180 serviu, justamente, como referência para a Reformulação do Sistema Psiquiátrico no Brasil. O 18 de maio foi instaurado no país após um encontro de grupos favoráveis a políticas antimanicomiais, em que foram discutidas as novas práticas adotadas pelas instituições psiquiátricas. A luta, que já tem mais de uma década, defende substituir um tratamento de isolamento e a internação em manicômios por atendimentos terapêuticos através de centros comunitários, centros de convivência e tratamento ambulatorial.
A professora, enfermeira e coordenadora do projeto PET Saúde que tem por temática saúde mental, Paula Brandão, enfatiza que a “luta antimanicomial é, sobretudo, um movimento social e político. O objetivo central dela é justamente combater a internação compulsória, que resulta na perda da cidadania por parte dos indivíduos e a exclusão social dessas pessoas que têm transtorno mental”.
Ainda de acordo com Paula, a Reforma Psiquiátrica surgiu para trazer à tona alguns “princípios basilares”, o que corresponde às práticas de “cuidado em liberdade, estimulando a cidadania e a inclusão social”. Além de adquirir como prática o cuidado dentro da própria família do indivíduo que tem o problema de saúde mental.
O Dia Nacional da Luta Antimanicomial torna-se, portanto, necessário não apenas para levar as instituições a refletirem sobre as práticas adotadas, mas também para a própria sociedade. Esta que ainda demonstra resistência em debater pautas relacionadas à saúde mental e de atrelar ao seu cotidiano o cuidado psicológico necessário. E levando em consideração a preservação do bem-estar, da saúde e da cidadania de cada indivíduo, o ADURN-Sindicato se soma a causa, e reforça ainda mais o respeito e a empatia para com a problemática.