Pesquisadores sugerem que integração da América Latina deve unir sociedade, empreários e governo

Publicado em 29 de março de 2010 às 16h42min

Tag(s): Pesquisa



Depois de dois meses de viagem a nove países da América Latina, pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) concluíram que a integração regional só será possível se houver uma parceria entre governos, sociedades, entidades civis organizadas e empresários. Porém, o papel dos governos é fundamental. As análises e documentos preliminares da pesquisa serão entregues hoje (29) no final da tarde ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
O coordenador da pesquisa intitulada de Labmundo (Laboratório do Mundo), que é uma parceria de dos departamentos de Sociologia, Ciência Política, Medicina, Engenharia e História da UFBA, Felippe Ramos, professor de relações internacionais, disse que o mais surpreendente é constatar que várias das dificuldades são causadas por consequências de antigas disputas territoriais.
Como exemplo, Ramos citou o caso das relações da Bolívia com o Chile. A guerra do Pacífico, no século 19, que levou os chilenos a vencer bolivianos e peruanos e anexar parte dos dois territórios derrotados, impede até hoje, segundo o professor, que os países busquem acordos e estabeleçam a confiança mútua.
Um grupo de 35 pesquisadores viajou de janeiro até março pela Colômbia, o Paraguai, a Argentina, a Bolívia, a Venezuela, o Uruguai, o Chile, o Peru e o Equador, além do Brasil. No grupo havia representantes de várias áreas para que os setores considerados essenciais - educação, saúde, relações internacionais e transportes - fossem observadores.
Segundo Ramos, as pesquisas mostraram ser essencial estimular o intercâmbio de pesquisas entre as universidades latino-americanas de tal forma que seja possível criar estratégias para parcerias, por exemplo, na área de biodiesel. É necessário ainda definir um canal de informações que permita fluir o que está em desenvolvimento em cada área. Para a coordenação da pesquisa, nos dois casos é essencial que o Estado atue diretamente.
Para os pesquisadores, é importante também que seja estimulado o financiamento de material escrito produzido na região, de preferência, em edições bilíngues - português e espanhol. Os brasileiros reclamam que a produção nacional é praticamente desconhecida nos países vizinhos.

Agência Brasil

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