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Publicado em 03 de julho de 2023 às 15h23min
Com o término do julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a não poder disputar eleições até o ano de 2030, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, se pronunciou afirmando que a decisão representa uma vitória para a classe trabalhadora, mas que a luta para que responda por seus crimes continua.
“A decisão do TSE, que, nesta sexta-feira, 30 de junho, tornou Jair Bolsonaro inelegível, com a perda dos direitos políticos por oito anos, até 2030, é uma vitória da democracia, das instituições e, principalmente, da classe trabalhadora, que foi tão atacada pelo ex-presidente durante seu governo. A classe trabalhadora, porém, não vai parar de lutar até que Bolsonaro pague por todos os crimes que cometeu, em especial pela morte de milhares de brasileiros e brasileiras, em consequência do negacionismo, da corrupção e da incompetência no enfrentamento à pandemia de Covid-19. A luta continua”, disse o presidente nacional da CUT
O voto final do julgamento foi dado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, no início da tarde. Bolsonaro foi condenado por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.
Em sua fala, Moraes, reiterou várias vezes que ataques à democracia, com uso de milícias para propagar fake news, não se configura como ‘liberdade de expressão’.
“O então presidente da República ataca a Justiça Eleitoral, que o elege há 40 anos. Isso não é exercício da liberdade de expressão. Isso é conduta vedada e ao fazer isso utilizando do cargo do presidente da República, do dinheiro público, da estrutura do Alvorada, é abuso de poder”, disse o ministro.
O voto de minerva que já indicava a decisão da maioria dos ministros, foi dado na manhã desta sexta-feira, por uma mulher, a vice-presidente do TSE, ministra Carmen Lucia.
Ao justificar seu voto, a ministra afirmou que Bolsonaro cometeu ataques graves e contundentes a ministros do STF e do TSE, com informações já refutadas.
Segundo a ministra, é possível haver críticas ao Judiciário, mas não pode um servidor público, em um espaço público, fazer "achaques" contra ministros, como se não estivesse atingindo a própria instituição. "Não há democracia sem Poder Judiciário independente", afirmou Carmen Lucia.
Nas redes sociais, o fato de o julgamento ter sido iniciado com o voto de um homem negro, o ministro e relator Benedito Gonçalves, e ter sido decidido por uma mulher, ministra Carmen Lucia, é “extremamente simbólico”, já que são dois segmentos da população que foram duramente atacados durante seu mandato.
No Twitter o assunto BOLSONARO INELEGÍVEL chegou ao topo das menções com mais de 270 mil postagens logo após o julgamento.
Fonte: CUT