Publicado em 23 de agosto de 2023 às 16h55min
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Com o objetivo de debater a educação pública no Brasil, o Observatório do Conhecimento, realizou na manhã desta quarta-feira (23) a “Audiência Pública: Universidade e institutos federais no combate às desigualdades”, na Câmara dos Deputados. O encontro faz parte da “Mobilização em Defesa das Universidades Públicas”, que segue até amanhã (24). O presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, representou o Observatório na atividade.
A discussão, além de acontecer em um momento importante para o país, no que diz respeito à volta dos debates democráticos, também faz parte da comemoração dos quatro anos do Observatório do Conhecimento. Este que tem o intuito de criar articulações em defesa da universidade pública; lutar contra os cortes de investimentos no orçamento do ensino superior; monitorar e denunciar políticas e práticas de perseguição ideológica ao corpo docente e discente.
Em seu discurso de apresentação, Oswaldo Negrão relembrou o contexto político da criação da rede: "Os ataques ao conhecimento, à Ciência & Tecnologia já vem a partir da Emenda Constitucional 95, que ontem a 'pá de cal', de fato, conseguiu ser colocada sobre esse ‘torniquete’, que foi um elemento de redução contínua e progressiva dos investimentos em todas as áreas consideradas essenciais", disse o presidente se referindo à aprovação do chamado Arcabouço Fiscal.
Além disso, Negrão fez uma linha do tempo, colocando em evidência o enfrentamento à pandemia da COVID-19 durante o Governo Bolsonaro, e o debate sobre a valorização das carreiras, no que se refere ao Magistério Superior e aos salários dos(as) professores(as). "Essas questões precisam ser levadas em consideração se nós queremos, de fato, uma nação soberana, sustentável, e socialmente referenciada, para que a gente tenha um Brasil melhor para todas e todos", destacou Oswaldo.
A participação do ADURN-Sindicato na audiência destacou a parceria existente entre o Observatório e a entidade, realçando a semelhança das lutas pela educação pública e pela liberdade acadêmica. E somado a isso, a defesa pela presença eficaz dos(as) alunos(as) nas universidades e a permanência destes(as) na academia. "Precisamos pensar também nos(as) nossos(as) estudantes, a questão da evasão está escancarada nos nossos Institutos e nas nossas universidades", disse Oswaldo Negrão.
O diretor do ADURN-Sindicato e vice-presidente do PROIFES-Federação, Wellington Duarte, também esteve presente na audiência e em sua fala trouxe uma reflexão sobre o contexto mundial: "Num processo de transição que estamos vivenciando, a geopolítica se torna um elemento fundamental para a colocação do Brasil como protagonista na Divisão Internacional do Trabalho. As instituições federais de ensino são fundamentais nesse processo".
O dirigente acrescentou: "Fortalecer o Ensino Superior é fortalecer o país e tornar essa nação preparada para o processo civilizatório que ainda estamos devendo ao povo brasileiro". A diretora do ADURN-Sindicato e diretora do PROIFES-Federação, Gilka Pimentel, também marcou presença no debate.
A mesa foi coordenada pela deputada federal Ana Pimentel (PT-MG) e contou com a participação dos(as) seguintes convidado(as): Denise Pires - Secretaria de Educação Superior (Sesu); Tatiana Roque - Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro; Dácio Mateus - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Flávio Nunes - Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif); Renato Nogueira - UFRRJ; Tassia Rabelo - UFPB.
O assunto foi discutido em parceria com a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados. Durante esta tarde também aconteceu a “Audiência Pública: Autonomia Universitária na Eleição de Reitores e Reitoras das Universidades Federais” e amanhã, às 10h, acontecerá a “Audiência Pública: Mulheres na Ciência” como desfecho das atividades voltadas à mobilização.
Veja a fala completa de Oswaldo Negrão na audiência:
