Maioria dos egressos de medicina da EMCM permanece no interior

Publicado em 27 de outubro de 2023 às 15h48min

Tag(s): Educação EMCM



Cerca de dois terços dos médicos formados pela Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM/UFRN) estão trabalhando no interior e 56% estão atuando na atenção primária à saúde, especialmente na Estratégia Saúde da Família. As informações foram confirmadas pelo diretor da Escola, professor George Dantas, com base nos dados da última avaliação de egressos, realizada neste ano pela própria Instituição. Raphael Botelho, diretor do Centro Acadêmico de Medicina e representante dos estudantes, complementa que, aproximadamente, 42% destes permanecem nas regiões do Seridó e do Trairi e cerca de 27% prestam serviço em outras regiões do interior do RN ou de outros estados. “O curso conta com estudantes que vêm, em sua maioria, de cidades do interior do RN e da Paraíba. Muitas dessas pessoas retornam para suas cidades ao final da graduação, para atuarem como profissionais”, reforça.

 

 

O estudante comenta que, entre os fatores que contribuem para a permanência no interior, está o conhecimento do local, a formação adequada, além de programas de especialização já implantados na região. “Estar próximo de uma população simpática, que nos recebe em casa e muitas vezes nos considera como parentes próximos, é gratificante. Confesso que esse comportamento é desde o início da graduação”, ressalta o discente. Importante destacar que, durante os seis anos do curso de medicina, os estudantes são imersos nas realidades do Seridó e do Trairi potiguares, regiões onde a Escola está situada.

Criada no contexto do Programa Mais Médicos, do Governo Federal, a EMCM é uma das experiências mais exitosas dessa política pública, e a visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, na última sexta-feira, 20 de outubro, é um reconhecimento desse trabalho. “A Escola foi criada com a proposta de ofertar um curso de graduação em medicina e entregamos um curso com conceito máximo na avaliação realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), formando profissionais que estão permanecendo na região. Esse curso tem sido modelo para diversas outras instituições e, no contexto do Novo Mais Médicos, a experiência de Caicó certamente será muito visitada e referenciada. Além do curso de Medicina, implantamos programas de residência e de mestrado e podemos supor que poucos cursos da mesma leva conseguiram esse resultado”, reforça George. 

 

 

Nísia Trindade esteve no RN para inaugurar a Policlínica Regional do Seridó, a primeira no modelo regional em nosso estado e que receberá servidores, estudantes e residentes da Escola Multicampi. Segundo a ministra, não existe programa Mais Médicos se não tivermos uma educação médica de qualidade e comprometida com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com a qualidade de vida da população. “E é isso que vemos aqui”, confirmou.

Para George Dantas, a Policlínica é mais um equipamento que amplia as possibilidades de expansão da EMCM, que não pretende estacionar apenas no que já realizou. “Temos potencial para dobrarmos as vagas no curso de medicina e para abrirmos novos programas de residências em saúde, fortalecendo a atual política do governo federal voltada para a formação de mais especialistas. Além disso, a EMCM tem potencial para expandir as ofertas no Mestrado, bem como para a criação de programa de Doutorado no interior do RN. Todas essas ações casam bem com a inauguração de nossa policlínica”, reforçou o professor, lembrando também que a nova sede da EMCM deve ser entregue no segundo semestre de 2024.

 

 

Medicina humanizada

Fundada em 2014 para formar profissionais médicos nos três campi da UFRN no interior –  Caicó, onde fica sua sede administrativa, Santa Cruz e Currais Novos –, a EMCM já formou 155 médicos e médicas, sendo que sua maioria continua prestando serviços na comunidade seridoense. A missão da Escola Multicampi é formar profissionais para atuarem, particularmente, no contexto rural e fora dos grandes centros urbanos, alinhado com as necessidades de saúde da população e as prioridades do SUS. A Instituição foi a primeira escola de medicina do Brasil a receber a verificação internacional Social Accountability, que reconhece o trabalho desenvolvido por instituições de saúde que contribuem para promover o desenvolvimento da sociedade local.

Com essa fixação dos profissionais de saúde qualificados no interior, já é possível acompanhar uma nítida mudança na realidade da região. Raphael Botelho explica que, durante muitos anos no Seridó, houve escassez de profissionais de saúde, em especial de médicos, os quais, na maioria das vezes, deslocavam-se aos grandes centros para se especializarem e não retornavam. 

 

“Contribuir com a prestação do serviço no Seridó, por exemplo, é um gesto extremamente positivo e que facilita o acesso à saúde por parte da população. A medicina lida diretamente com a vida das pessoas e está intimamente relacionada com a garantia da qualidade de vida para a comunidade. Essa missão não é fácil e exige bastante dos profissionais de saúde”, observa o diretor do centro acadêmico da EMCM. 

A Instituição tem a contribuição de um corpo docente multiprofissional, constituído em sua maioria por professores com mestrado e doutorado (73%), comprometidos com a formação de profissionais médicos de excelência. Segundo George Dantas, o curso de Medicina adota um projeto pedagógico inovador, que tem como princípios gerais a educação baseada na comunidade e o emprego de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, com destaque para a aprendizagem baseada em problemas. 

Fonte: Portal da UFRN

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