Pesquisas premiadas da UFRN buscam o impacto social e o avanço científico

Publicado em 24 de novembro de 2023 às 16h23min

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Dos avanços na medicina à inovação tecnológica no campo turismo, pesquisas desenvolvidas na UFRN contribuem constante e significativamente para o avanço da ciência para além do território potiguar. Pensando nisso, o Prêmio Pesquisador Destaque, entregue no Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica (eCICT) da UFRN, reconhece anualmente pesquisadores notáveis em suas áreas. Os  homenageados do ano de 2023 foram os professores Matheus Pedrosa, Kássio Lima e Luiz Mendes Filho, reconhecidos por seus trabalhos nas áreas de, respectivamente, Ciências da Vida; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes.

Na categoria de Ciências da Vida, o professor Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa foi distinguido por seu trabalho inovador com peptídeos inspirados no veneno do escorpião amarelo do Nordeste do Brasil. Com foco na atividade antibacteriana, suas pesquisas resultaram na concessão de patentes e apontam para possíveis avanços no desenvolvimento de medicamentos futuros.

“A gente tem trabalhado com peptídeos inspirados em peptídeos nativos do escorpião amarelo, que predomina aqui no Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. Esse escorpião, que produz um veneno potente, produz dentre algumas moléculas um peptídeo que tem atividade antimicrobiana, que mata microrganismos, bactérias e fungos. A gente tem investido na atividade bacteriana e temos modificado a estrutura do peptídeo nativo para peptídeos mutantes, a qual chamamos de análogos com a atividade antibacteriana mais potente e que não seja tóxica aos pacientes”, disse.

O professor acrescenta que a pesquisa gerou uma concessão de patente, no primeiro lote foram 31 peptídeos análogos e, no segundo lote, uma segunda patente com mais 41 peptídeos análogos. “Essas moléculas têm um alto potencial para tornarem-se medicamentos no futuro, temos alguns alunos de mestrado, de doutorado, de iniciação científica e até de pós doc trabalhando com vários desses peptídeos análogos”, completa.

Na área das Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, o professor Kássio Michell Gomes de Lima foi reconhecido por suas pesquisas focadas, principalmente, na análise algorítmica aplicada a doenças. Em seus estudos mais recentes, o pesquisador investiga e propõe construções de novas metodologias analíticas baseadas em algoritmos de análise multivariada, conseguindo englobar diagnósticos e doenças como Alzheimer, SARS-CoV-2, Sarcopenia, Fibromialgia, Dengue, Chikungunya, Zika vírus, HIV e câncer. 

“Do ponto de vista acadêmico, o prêmio mostrou que o caminho que escolhemos para fazer ciência básica e aplicada, não esquecendo em momento nenhum a sala de aula, foi fundamental. O prêmio veio para motivar meus alunos no dia a dia do laboratório e nas aulas para que eles continuem trabalhando com dedicação e disciplina, pois muito em breve o ponto de inflexão irá chegar”, diz Kássio Lima.

Esse trabalho, reforça o professor, foi disseminado em publicações em revistas de elevado nível de impacto, como a Scientific Reports, da Nature; PNAS; Applied Spectroscopy Reviews; Journal of Clinical Medicine; e a Cancers. 

No âmbito das Ciências Humanas, Sociais, Letras e Artes, o professor Luiz Augusto Machado Mendes Filho recebeu a premiação por suas contribuições no campo do turismo e da tecnologia da informação. Suas pesquisas, desenvolvidas em colaboração com alunos e outros pesquisadores nacionais e internacionais, trouxeram avanços significativos para a compreensão de como a tecnologia pode impulsionar o setor turístico.

“Entre elas, destaco os resultados da pesquisa de Ayslane Costa, minha orientanda de Mestrado, que estudou como os influenciadores de viagens (travel influencers) fortalecem a acessibilidade do conteúdo na plataforma para usuários do Instagram, afetando a intenção do viajante na escolha de destinos. Essa pesquisa, inclusive, foi premiada com o 1º lugar no prêmio de melhor dissertação em turismo, no ano de 2021, pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo (ANPTUR). Já em 2023, meu orientando Ralyson Soares foi premiado em 2º lugar no prêmio de melhor dissertação em turismo, também pela ANPTUR, na área tecnológica com o tema: Análise do destino Natal/RN nas perspectiva sistêmica dos destinos turísticos inteligentes, pontua.

Trilhando o reconhecimento

Ao receber o Prêmio Pesquisador Destaque UFRN, o professor Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa compartilhou a importância desse marco para melhorias. “O que a gente espera é que esses resultados, bem como esse prêmio, gere um impacto positivo para uma maior estrutura de laboratório, para adquirir equipamentos, consertar equipamentos ou adquirir material de consumo importante para que a gente possa conseguir apoio de fomento para bolsas dos nossos alunos. Bolsas de mestrado, de doutorado, de administração científica, de pós-doc com um corpo de pesquisadores qualificados. Assim, conseguiremos avançar mais rápido e conseguir desenvolver trabalhos de qualidade”.

O professor Luiz Augusto Machado Mendes Filho reflete sobre os 23 anos dedicados aos estudos na área de Tecnologia da Informação no Turismo. “A conquista do Prêmio Pesquisador Destaque UFRN é o reconhecimento de um trabalho que venho realizando sobre estudos na área de Tecnologia da Informação no Turismo, com publicações nos principais periódicos internacionais na área como: Information & Management; Journal of Travel & Tourism Marketing; Tourism Review; Tourism Economics; Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo; Revista Turismo em Análise; entre outros. As publicações só foram possíveis, principalmente, por causa de parcerias com pesquisadores nos EUA (University of Southern California); Inglaterra (Bournemouth University); Nova Zelândia (Auckland University of Technology) ;e aqui no Brasil com professores da USP, UFF e UFSC.

Para Kássio Lima, a construção do conhecimento e do impulsionamento da ciência também surge a partir de uma perspectiva interdisciplinar. “Sempre falo para meus alunos que o experimental e o teórico precisam sempre caminhar juntos e que o aprendizado em álgebra linear, linguagem de programação, instrumentação analítica moderna, domínio de língua inglesa e uma visão das grandes áreas da química (analítica, inorgânica, orgânica, biológica e físico-química) é fundamental para a resolução dos desafios do século 21”, pontua o professor.

Fonte: Portal da UFRN

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