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Publicado em 08 de janeiro de 2024 às 10h44min
Tag(s): 8 de janeiro Democracia Golpe Manifestações golpistas
“Não só Bolsonaro, mas todos os envolvidos na organização, promoção, financiamento e participação do 8/1 não podem sair impunes. Inclusive militares das Forças Armadas”, escreve Aquiles Lins
Nesta segunda-feira completa-se um ano do maior atentado terrorista à República brasileira que já presenciamos desde a Constituição de 1988. Com apenas 8 dias do governo popular de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito legitimamente e empossado, o país assistiu a uma invasão de cerca de 5 mil terroristas bolsonaristas à Praça dos Três Poderes. Inconformados com a derrota nas urnas, incentivados pelo seu maior líder, Jair Bolsonaro, e acobertados pelas forças de segurança como o Exército, a Polícia Militar e o governo do Distrito Federal, a turba golpista vandalizou as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Um ato no Congresso relembrará a intentona fracassada.
O acampamento golpista em frente ao Quartel General do Exército em Brasília cresceu cerca de 20 vezes de tamanho, com a chegada de centenas de ônibus nos dois dias anteriores trazendo golpistas de diferentes partes do país. Ninguém fez nada. Quem financiou esses terroristas? Sabe-se que empresários do agronegócio estão entre os financiadores. A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira uma nova fase da Operação Lesa Pátria com foco naqueles que investiram na tentativa de destruição do nosso estado democrático de direito.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, os ataques de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, levaram à prisão ao menos 1.430 pessoas em 2023. Foram instauradas 1.354 ações penais contra os participantes dos atos criminosos e golpistas. Os inquéritos foram abertos pelo ministro Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República. De setembro do ano passado a janeiro deste ano, 30 pessoas foram condenadas pela participação nos atos terroristas.
Qualquer leitor minimamente informado sabe que Jair Bolsonaro, seguindo a cartilha da extrema-direita internacional, tentou desacreditar o sistema eleitoral brasileiro desde a sua eleição em 2018. Onde tinha possibilidade, atacava as urnas eletrônicas, que o elegeram cinco vezes para a Câmara Federal. A CPMI dos atos golpistas demonstrou sua participação inequívoca e de seu entorno na promoção e liderança da selvageria do 8 de janeiro de 2023. Enquanto Bolsonaro estiver em liberdade, os atos terroristas de 8 de janeiro não serão superados. Mas não apenas Bolsonaro. Todos os envolvidos na organização, promoção, financiamento e participação do 8 de janeiro não podem sair impunes. Isso inclui os militares das Forças Armadas. Não podemos conviver novamente com uma anistia, seja velada ou explícita.
Fonte: Brasil 247