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Publicado em 06 de março de 2024 às 10h37min
Tag(s): Dia Internacional da Mulher Direitos Humanos
Os motivos são vários, mas todos relacionados à luta permanente das mulheres por igualdade de direitos e respeito à condição de ser mulher tanto no ambiente público, quanto no privado. Qual a mulher que não ouviu a seguinte tarefa? "Me lembre de pagar amanhã a conta da luz", ou então, "mãe, onde está meu caderno?". Isso tem um nome: sobrecarga mental. Mas não para por aí, elas ouvem algo do tipo "você está louca", quando decidem discordar de alguma opinião masculina no trabalho ou em outros ambientes; ou até mesmo quando a condição física é colocada como um explicador para algum suposto defeito, do tipo: "ela está assim por causa da TPM".
Fato que a condição das mulheres na sociedade já foi bem pior. Daí a importância dessa data. As primeiras sementes foram plantadas em 1908, quando 15 mil mulheres marcharam por Nova York (EUA), lutando por redução na jornada de trabalho, melhores salários e direito a voto. Em 1910, a feminista e comunista Clara Zetkin, sugeriu um dia da mulher - mas não fixou uma data - durante a Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague (Dinamarca). Naquela ocasião, havia 100 mulheres presentes, de 17 países, e todas concordaram com a sugestão, que passou a ser celebrada no ano seguinte na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Em 1917 o dia 8 de março foi formalizado, após uma greve - em plena Primeira Guerra Mundial - quando mulheres russas exigiram "pão e paz"; quatro dias após essa greve, o Czar Nicolau II foi forçado a abdicar, o governo provisório concedeu o direito ao voto feminino e estava, portanto, fixado o 8 de março como o Dia da Mulher. Porém, só em 1975, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data, é que passou-se a ter o Dia Internacional das Mulheres, lembrado em todo o mundo. Ou seja, menos de 50 anos.
Para lembrar essa data de luta e de conquistas, a AGÊNCIA SAIBA MAIS vai realizar durante todo o mês de março uma série de reportagens, nas quais o centro das atenções é o ser mulher, suas condições, as dificuldades, lutas, conquistas e o seu espaço na sociedade. Inclusive, já demos início à série que conta com o selo criado especialmente para essa data: Ser Mana, Mulher! neste domingo (3) com a matéria Violência contra a mulher: agressões sobem 14% no RN; denúncias caem. O título "Ser Mana, Mulher!", pode ter vários significados: lembra um pouco a ideia da "semana da mulher", de maneira indireta; mas, objetivamente, conclama todas as mulheres a serem "manas" (irmãs) umas das outras. De modo que possa ser quebrada uma concorrência e uma competição perpetrada por anos de patriarcado, que colocam as mulheres umas contra as outras.
Esperamos que você, leitoras e leitores, se juntem a nós nessa caminhada de respeitar, entender e, sobretudo, ouvir o que as mulheres têm pra falar. Não só no dia 8 de março, ou durante o mês de março. Mas todos os dias!
Qual a diferença entre machismo e feminismo?
O machismo é uma imposição social na qual o homem se coloca superior à mulher em inúmeros aspectos. Daí, a escritora e filósofa Simone de Beauvoir ter escrito em 1949 o livro "O Segundo Sexo", no qual detalha a opressão das mulheres. A começar pelo próprio título, o "segundo sexo", como se houvesse o primeiro: o masculino.
Já o Feminismo não é "o contrário de machismo". É um movimento social, que nasceu para defender a igualdade de direitos entre homens e mulheres, além de defender as lutas de outras minorias subjugadas. Só mulheres podem ser feministas? Não. Homens também podem fazer parte desse movimento. Aliás, a participação masculina é fundamental, senão jamais teremos paridade nos direitos.
Fonte: Saiba Mais