UFRN vai dar diploma simbólico a dois estudantes mortos pela ditadura

Publicado em 18 de abril de 2024 às 15h18min

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Na terça, os professores à frente da ação se reuniram com o reitor Daniel Diniz, a ex-reitora Ângela Paiva, a Pró-reitoria de Graduação (Prograd) Elda Melo e o procurador-geral da UFRN, Giuseppe da Costa. A proposta é de que os títulos de diplomação simbólica aos estudantes sejam entregues por ocasião da reinauguração da antiga Faculdade de Direito, situada na Ribeira, que se encontra em processo de reforma. 

A previsão de finalização dos restauros e reforma é para o final do primeiro semestre de 2025, após a conclusão de serviços extras solicitados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), informou a UFRN. Lá vai ser abrigado o Centro de Extensão, Cidadania e Cultura da instituição. O espaço terá o objetivo contribuir para a formação técnica e cidadã da população e para a sua inserção no mundo do trabalho; para promover conhecimento sobre a história da educação, do direito e do valor patrimonial do edifício; para ampliar o acesso da população às artes e à cultura, além de contribuir para a revitalização do Centro Histórico de Natal.

“O acolhimento a essa reivindicação da comunidade acadêmica da UFRN com a presença do reitor e da ex-reitora é um reconhecimento institucional, mesmo que tardio, que a Universidade reconhece que esses estudantes foram injustiçados”, destaca o professor Cesar Sanson, do Departamento de Ciências Sociais.

“A diplomação simbólica é importante para que não deixemos que se apague este triste período da história da sociedade brasileira. Em tempos de banalização da violência do que foi a ditadura, lembrar daqueles que resistiram é um dever de todos os que são comprometidos com a verdade e a justiça”, aponta.

Além de Emmanuel Bezerra e José Silton Pinheiro, outro morto e desaparecido da ditadura com vínculos com a UFRN era o professor Luiz Ignácio Maranhão Filho, do Direito.

Ao todo, com base no relatório da Comissão da Verdade, a UFRN teve:

• 5 professores e 33 estudantes presos;

• 25 professores e 2 estudantes sofreram o expurgo ideológico do Regime militar;

• 13 membros da UFRN foram vítimas de tortura ou tratamento degradante;

• 1 estudante expulso pelo Decreto-Lei nº 477;38

• 10 sofreram repressão política oficial, mas não foram presos;

• 2 estudantes foram assassinados pelo Regime militar em circunstâncias políticas;

• 1 professor é tido como desaparecido político pela Lei nº 9.140/1995;

• 259 membros da Universidade (Professores, alunos e servidores técnico-administrativos foram fichados pelos órgãos de repressão e informações da Ditadura Militar).

Fonte: Saiba Mais

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