Nota conjunta do corpo docente do Departamento de Letras/CCHLA-UFRN

Publicado em 24 de abril de 2024 às 19h49min

Tag(s): CCHLA/ UFRN Greve Campanha Salarial



Nós, docentes do Departamento de Letras, reunidos na data de 23 de abril de 2024, tendo em vista a deflagração de greve, por ampla maioria, pela categoria docente da UFRN a partir de 22 de abril, nos manifestamos por meio desta nota conjunta a respeito do movimento grevista:

  1. Reconhecemos, apoiamos e aderimos à greve. Considerando os cortes no orçamento das IES federais ao longo dos últimos anos; o arrocho salarial dos servidores da educação, tanto do corpo técnico-administrativo (TAEs), quanto do corpo docente;  a grave situação dos TAEs, cujas condições de trabalho e salariais são incompatíveis com a relevante função que exercem para o funcionamento das instituições de ensino; e a pauta estudantil pela recomposição orçamentária da UFRN, visando políticas de permanência estudantil na graduação e pós-graduação, a greve se coloca como um caminho legítimo de luta de estudantes, técnicos-administrativos e docentes.
  2. Ratificamos a necessidade da suspensão do calendário acadêmico, tendo em vista os prejuízos ao corpo discente, como a inviabilidade de questões logísticas e financeiras, que envolvem desde a locomoção, alimentação e até mesmo a futura manutenção de dois calendários acadêmicos. Salienta-se que a manutenção do calendário vai de encontro ao resultado do plebiscito e se coloca como  entrave ao próprio direito de greve, vide a situação em que foram postos as e os colegas com vínculos temporários (substitutos, visitantes, lotação provisória) que, fragilizados por conta dessa manutenção, não contam com a segurança de seus contratos de trabalho pós-greve, além de  enfrentarem o problema de esvaziamento do campus.
  3. Ressaltamos que é inviável pensar em retorno às atividades acadêmicas sem o devido atendimento às melhorias das condições de trabalho de TAEs, os quais atuam em setores que tornam a universidade acessível a pessoas com necessidades educacionais específicas, isto é, não apenas os estudantes atendidos pela Secretaria de Inclusão e Acessibilidade (SIA), como também os docentes e estudantes do curso de Letras-Libras.

Salientamos que o movimento grevista é uma construção coletiva e foi decidido nesta universidade de forma democrática e por ampla maioria. Além disso, é um instrumento histórico de luta das trabalhadoras e dos trabalhadores e, por meio dele, vemos a possibilidade de resgate da qualidade de um sistema público de educação superior que viabilize a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

ADURN Sindicato
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