Nota da Diretoria pela permanência do ADURN-Sindicato no PROIFES-Federação

Publicado em 15 de junho de 2024 às 13h44min

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Na próxima segunda-feira, 17 de junho, às 13h30, os professores e professoras sindicalizados(as) ao ADURN-Sindicato estão sendo chamados a participar de uma assembleia que definirá os rumos do Movimento Docente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Nela, além da continuidade ou não da greve, será discutida a desfiliação ou não do ADURN ao PROIFES-Federação. A inclusão deste ponto de pauta foi solicitada por um grupo de docentes sindicalizados(as) através de abaixo-assinado, ação prevista no Estatuto do ADURN-Sindicato.

A discussão sobre a desfiliação é muito séria, e pode, de fato, mudar os rumos do Movimento Docente na UFRN, portanto, nós da diretoria do ADURN-Sindicato convidamos os(as) docentes sindicalizados(as) a fazerem uma reflexão sobre a importância da permanência da nossa entidade no PROIFES-Federação. Para isso, faz-se necessário historicizar os motivos pelos quais, em 2011, os professores e professoras sindicalizados da UFRN, em ato massivo, participativo e histórico, aprovaram democrática e soberanamente a transformação da ADURN em Sindicato e, portanto, nossa desvinculação da ANDES. Esse foi o resultado de um processo que iniciou em 2005 e que foi amadurecido ao longo de 6 anos.

A insatisfação da categoria estava, sobretudo, no enrijecimento político da ANDES que, não muito diferente do que ocorre atualmente, pautava suas ações políticas pelo enfrentamento e não pela negociação. Era tudo ou nada, o que, via de regra, deixava a nossa categoria, após longas greves pré-programadas, sem nada. Um cenário que se repetiria em 2024, caso o PROIFES-Federação não tivesse assinado o acordo com o Governo. Naquela época, a ANDES já  havia se tornado um conglomerado de partidos políticos de matizes políticas da esquerda à extrema esquerda, profundamente distantes da realidade primária do conjunto dos professores e professoras das instituições federais de ensino.

A incapacidade de compreender como a universidade se transformava e como isso exigia uma inovação também nos modos de organização sindical distanciou os docentes da ANDES. Essa incapacidade se tornou muito evidente quando a ANDES se posicionou contrária a políticas extremamente importantes para as instituições federais de ensino, como o REUNI. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais trouxe importantes recursos para a UFRN, possibilitando a criação de, por exemplo, a Escola de Ciência e Tecnologia (ECT) e a expansão da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), além da criação de diversos cursos.

A transformação da ADURN em um sindicato autônomo e sua posterior filiação ao PROIFES-Federação garantiu a nossa entidade e, portanto, aos docentes da UFRN, ter vez e voz nos grandes debates nacionais. Hoje, somos integrantes dos Fóruns Estadual e Nacional de Educação, além do Fórum de Ciência e Tecnologia; temos representação na mesa  setorial do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e do Magistério Superior (MS), que negocia as questões não orçamentárias relacionadas às carreiras do Magistério Federal; nossos aposentados estão representados no MOSAP, instituto que atua fortemente nas lutas dos servidores aposentados em Brasília; e, mais recentemente, garantimos uma cadeira no Conselho Nacional de Educação.

É importante ressaltar ainda que todas as conquistas salariais e de carreira para os docentes do Magistério Superior e do EBTT dos últimos 15 anos são decorrentes de estudos e processos de negociação liderados pelo PROIFES-Federação. Esta última carreira, inclusive, sequer é reconhecida pela ANDES, que luta até hoje pela sua destruição. 

Por fim, é preciso esclarecer, sobretudo para quem não viveu o processo de transição da ADURN de seção sindical para sindicato autônomo: o que está pressuposto na proposta de desfiliação da nossa entidade ao PROIFES-Federação é o retorno à condição de “escritório da ANDES”. Os ataques reiterados a esta direção, com acusações desrespeitosas e caluniosas, buscam a descredibilização e desestabilização política de uma diretoria democraticamente eleita pelos(as) docentes sindicalizados, mesmo que isso custe ao ADURN-Sindicato a perda de sua carta sindical, do seu Estatuto, e da sua identidade política.

Por isso, segunda-feira, dia 17 de junho, vamos juntos e juntas dizer não ao retrocesso, defendendo o ADURN-Sindicato e sua permanência no PROIFES-Federação.

A Diretoria

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]