Projeto da UFRN une música e memória para falar sobre importância da democracia

Publicado em 12 de julho de 2024 às 10h32min

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Jovens e adultos de escolas da capital potiguar estão discutindo a democracia e a importância de evitar o retorno de um regime ditatorial. A ação acontece por meio de aulas-espetáculo realizadas por participantes do projeto de extensão Memória, Música e Educação de Resistência pela Democracia.

Nos encontros, são apresentadas músicas que estão associadas à resistência democrática durante a ditadura militar brasileira, que perdurou por 21 anos, de 1964 a 1985. O projeto é uma iniciativa do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo (Dpec) do Centro de Educação da UFRN. A ação envolve estudantes de graduação, de pós-graduação e de cursos técnicos da Escola de Música (EMUFRN), além de pessoas externas à Instituição. 

Alessandro Augusto de Azevêdo, professor do Dpec e coordenador do projeto, explica a criação do Memória, Música e Educação de Resistência pela Democracia. “A iniciativa nasceu logo após a tentativa de golpe de 8 de janeiro, que aconteceu no ano passado aqui no Brasil. Fiquei estarrecido com aquilo. Refleti que parte da força das ideias fascistas que animam aquelas pessoas se alimenta da não discussão pública e permanente sobre o significado e as tragédias provocadas por uma ditadura como a que tivemos em nosso país em 1964”, comenta.

Por ter afinidade com a linguagem musical, o professor conta que achou pertinente utilizar a música para falar sobre o assunto. Durante as apresentações, são tratadas características do regime, como a perseguição e a censura contra a produção musical, os compositores e os artistas. Estudantes da UFRN mostraram interesse pela temática e dinâmica do projeto e começaram a integrar a atividade.

O grupo que realiza as apresentações nas escolas foi batizado como Netinho de Adelaide & Os Inimigos do 8/1. “Fazemos referência a um personagem – Julinho de Adelaide – criado por Chico Buarque num momento em que a ditadura militar não permitia que nenhuma de suas músicas fossem gravadas, independentemente do conteúdo. Para que os censores aceitassem, ele criou esse personagem que assinava suas composições. Até que os censores descobriram, claro”, explica Alessandro de Azevêdo. 

O professor acredita que o projeto contribui com a cidadania. “Colocamos em pauta os perigos de retornarmos a uma ditadura, bem como a valorização da democracia como projeto de uma civilização que se organiza pelo respeito e aceitação das diferenças e dos diferentes”, afirma. 

Estudantes de qualquer curso da UFRN que saibam tocar algum instrumento podem participar do projeto. As inscrições devem ser feitas pelo Sigaa. Alunos que não possuem habilidades musicais, mas que desejam ajudar de outras maneiras, também podem colaborar. Basta escrever para [email protected] e marcar uma conversa com o responsável pela ação. As escolas de Natal interessadas em sediar uma aula-espetáculo também podem entrar em contato pelo e-mail ou perfil da ação no Instagram.

 

Fonte: UFRN

ADURN Sindicato
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