Professor da UFRN é semifinalista do Prêmio Jabuti Acadêmico

Publicado em 15 de julho de 2024 às 15h03min

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O professor Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro (ICe) da UFRN, é um dos semifinalistas da primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico. O docente concorre na categoria Divulgação Científica, com a obra As flores do bem (2023), na qual discute aspectos científicos e históricos acerca da liberação da maconha. A premiação é realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), principal entidade em quesito de reconhecimento às obras brasileiras nos mais diversos campos do conhecimento. 

Ribeiro considera a Cannabis como ‘um milagre de resistência biológica’ de cultivo milenar. Combinando história, ciência, cultura e depoimentos pessoais, o pesquisador se insere na linha de frente do combate à desinformação. Ele desconstroi os argumentos falaciosos comumente divulgados, como aqueles que negam as propriedades medicinais da planta e que afirmam não haver qualquer proveito em seu uso.

Entre os benefícios citados pelo autor, estão inclusos os tratamentos e a redução de efeitos colaterais de doenças e transtornos diversos, como é o caso da epilepsia, espasmos, autismo, câncer, depressão, ansiedade, doenças de Alzheimer, de Parkinson e dores neuropáticas, (comumente provocadas por diabetes e que causam sintomas de queimação, aperto e latejar). Além disso, esclarece que a maconha só é capaz de produzir efeitos em nosso cérebro e sistema imunológico em virtude da semelhança com moléculas produzidas por nosso próprio corpo.

Como nem tudo são flores, o cientista menciona também que, assim como qualquer outra coisa, o uso excessivo pode causar prejuízos. Ele aponta que em algumas pessoas, o consumo exagerado pode provocar distúrbios complexos, como a síndrome de hiperêmese, uma condição rara que inclui vômitos e náuseas recorrentes. 

Sidarta julga que há uma necessidade de reconhecer a complexidade da pauta, bem como de desconstruir os mitos envolvendo a planta. “É muito importante a sociedade brasileira começar a se dar conta de que a maconha foi demonizada e que a guerra contra ela é também a guerra contra seres humanos, que são tipicamente jovens, negros e periféricos. Essas pessoas não deveriam estar na cadeia, mas sim trabalhando ou estudando”, completa. 

O livro pode ser adquirido tanto em formato físico quanto digital e está disponível na Amazon.

Prêmio Jabuti 

Com mais de seis décadas de existência, o Prêmio Jabuti é a mais tradicional premiação literária do país. O Jabuti Acadêmico, por sua vez, é voltado às áreas científicas; técnicas; e profissionais e objetiva a valorização, o reconhecimento e a divulgação de autores e editores que dedicam-se a esses segmentos no Brasil. Nessa primeira edição, foram inscritas 1.953 obras. Os vencedores em cada uma das categorias receberão uma estatueta durante uma cerimônia especial e um prêmio de R$ 5 mil.

Mais informações, como a consulta integral dos semifinalistas, estão disponíveis no site do Prêmio

Fonte: Portal da UFRN

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