A educação brasileira exige disputa, diz Bebeto Marques em seminário na UFSC sobre desafios do setor

Publicado em 23 de julho de 2024 às 15h26min

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Diretor de políticas educacionais do PROIFES-Federação e membro do FNE participou de mesa sobre “Novos Caminhos da Educação no Brasil”, que debateu o PNE e Novo Ensino Médio

Na manhã desta segunda-feira, (22), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu o seminário “Desafios Contemporâneos da Educação no Brasil”. O diretor de políticas educacionais do PROIFES, membro do Fórum Nacional de Educação (FNE), Carlos Alberto Marques, participou da mesa “Novos Caminhos da Educação no Brasil”, que debateu os projetos do Plano Nacional de Educação (PNE) e do Novo Ensino Médio. “Nós precisamos disputar o que queremos para a educação brasileira, ainda que se perca”, comentou Marques.

A mesa contou com a participação de duas representantes da Diretoria de Estudos Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Ana Elizabeth Albuquerque e Fabiana Assis Alves. Além disso, o professor Sergio Stoco, membro titular do FNE, palestrou de forma online.

A abertura do evento contou com a vice-reitora da UFSC, Joana Passos, além de Maurício Gariba, reitor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), e de Eduardo Gutierres, secretário de Educação de Florianópolis. Compareceram ainda a deputada federal Carla Ayres (PT-SC), o secretário de Formação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Aldoir Kraemer, e o vereador Carlos Eduardo de Souza, o Cadu (PT-SC).

“A UFSC não pode se furtar de estar presente nesses momentos, porque nós temos uma missão em relação à educação em todo o estado”, comentou a vice-reitora da universidade. Já Gariba enfatizou que o governo Lula anunciou novos campus para a rede federal de educação profissional e tecnológica. Ele também destacou a necessidade de defender a autonomia e a democracia nas instituições de ensino

PNE: Apenas quatro das 20 metas estabelecidas foram cumpridas parcialmente

Durante a apresentação de dados do Inep sobre as metas do PNE, Ana Elizabeth Albuquerque destacou que um aprendizado necessário para a construção do próximo plano é “olhar para as desigualdades”. A fala da pesquisadora se refere a uma realidade altamente discrepante: a cobertura percentual da população de 16 anos com pelo menos o ensino fundamental concluído. Entre os 25% mais ricos dessa amostra, a abrangência é de 95,5%. Entretanto, entre os 25% mais pobres, a cobertura cai para 74,5%.

Apenas quatro das 20 metas estabelecidas foram parcialmente cumpridas pelo Brasil ao longo dos dez anos previstos para a execução do plano. Sergio Stoco comentou que esse é um dado preocupante. “Não considerar que os planos decenais teriam responsabilidade em dez anos significa desorganizar os sistemas de ensino”.

Ainda nesse contexto, o debate seguiu com diversos questionamentos sobre as metas não atingidas. Bebeto Marques destacou que, dos dois PNE já aprovados no Brasil (2001-2010 e 2014-2024), nenhum foi totalmente cumprido. Segundo o professor, a falta de uma lei de responsabilidade educacional permite que nada aconteça caso as ações não sejam executadas no prazo. “Há muito o que se fazer, mas o campo de resistência da educação pública está presente”, disse.

O seminário “Desafios Contemporâneos da Educação no Brasil” faz parte de um circuito previsto para realização nas cidades de Lages, Florianópolis e Criciúma, respectivamente. Ao fim do último encontro, no dia 30 de julho, as gravações dos eventos serão disponibilizadas pela organização.

O evento desta segunda foi realizado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Frente Parlamentar Mista da Educação, com apoio da UFSC.

Imprensa APUFSC

Fonte: PROIFES-Federaçaõ

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