Foro da Lusofonia debate desafios para a educação em países de língua portuguesa

Publicado em 29 de julho de 2024 às 11h48min

Tag(s): Educação PROIFES



No último sábado, 27 de julho, trabalhadores(as) da educação de diversos países cujo idioma é o Português se reuniram na cidade de Buenos Aires, Argentina, no Foro da Lusofonia. A reunião, organizada pela Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), antecedeu o 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE), que teve início hoje (29).

Durante o evento, os(as) participantes trocaram experiências dos movimentos em defesa da educação de países como Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, entre outros. Presente à atividade compondo a delegação do PROIFES-Federação, o presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, destacou a apresentação da Carta de Amarante, construída no evento que aconteceu em outubro do ano passado, em Portugal; e o relato do movimento sindical dos professores e professoras de Angola.

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Delegação do PROIFES-Federação no Foro da Lusofonia

"Os colegas angolanos trouxeram a situação difícil dos professores universitários deste país, que ganham em média 500 dólares por mês, além de problemas complexos da sociedade angolana, como o desvio de recursos da merenda escolar, a dificuldade de investimentos, e a insuficiência de investimentos públicos para a educação", explicou Oswaldo. Para ele, os relatos revelaram a necessidade de uma maior solidariedade entre os países lusófonos.

A necessidade relatada por Oswaldo ficou evidenciada também na ausência de representantes de Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe no debate da CPLP por não terem conseguido autorização das suas respectivas embaixadas. "Isso é uma questão bastante séria, a CPLP precisa fortalecer e orientar, através de construções coletivas, estratégias para que questões como essas sejam contempladas por ações jurídicas inclusivas e internacionais que se fazem necessárias para que nossos colegas possam participar de forma ativa dessas ações", disse Negrão.

Os debates apresentaram ainda a preocupação que há no Brasil com as escolas cívico militares, com o crescimento da extrema direita em escala global e com as questões relativas à precarização das relações de trabalho. Durante a reunião, também foi relatada a importância de se estabelecer estratégias para valorizar a diversidade cultural, questões políticas e econômicas específicas de cada país, e de buscar entendimentos em todas as temáticas que os trabalhadores e trabalhadoras da educação de países de língua portuguesa têm em comum para transformar os desafios em ações de fortalecimento interinstitucionais.

Como encaminhamento ao Fórum, Oswaldo Negrão defendeu a necessidade de fortalecimento das comissões da CPLP-SE, que está fazendo 25 anos este ano. Para isso, o presidente do ADURN-Sindicato propôs o etabelecimento de agendas específicas e conjuntas, em reuniões virtuais, considerando o alto custo das reuniões presenciais, "a ideia é que a gente possa estabelecer um vínculo de aproximação desses coletivos que constroem a CPLP-SE, bem como ações estratégicas de planejamento por eixos, considerando os elementos que foram tratados no período da manhã como: ações para comunicação, ações para assessoria jurídica e de representação e ações estratégicas de mobilização e engajamento e, por fim, também ações de formação continuada", finalizou. 

Representantes de países de língua portuguesa no Foro da Lusofonia, realizado na cidade de Buenos Aires/ Argentina

Sobre a CPLP-SE

A  Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE) foi criada com o objetivo de descentralizar o debate educacional, proporcionando visibilidade aos docentes dos países de língua portuguesa e promovendo o intercâmbio de conhecimentos para avanços conjuntos. O PROIFES-Federação é uma das entidades que representa os docentes brasileiros na Confederação. 


ADURN Sindicato
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