Mesmo sem greve, alunos não têm aulas

Publicado em 13 de maio de 2010 às 11h43min

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A greve dos professores da Universidade de Brasília (UnB) chegou ao fim na segunda-feira (10), entretanto as salas de aula no Campus da Universidade em Ceilândia continuaram vazias durante os dias seguintes. Isso porque os funcionários técnico-administrativos da UnB deram continuidade à paralisação. A categoria espera conseguir liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), assegurando o pagamento da URP, até hoje, quando haverá uma assembleia para discutir os rumos da greve.
Os alunos que foram ao local encontraram os professores, mas não tiveram aula. Segundo eles, os docentes alegaram não ter as chaves das salas, pois estariam sob responsabilidade dos funcionários técnico-administrativos. "A UnB não funciona só com um segmento, é preciso que os três - professores, técnicos e estudantes - estejam juntos para que o trabalho possa acontecer", explica a reitora do Campus da Ceilândia, Diana Lúcia Moura Pinho. Além disso, segundo ela, o professor, quando está em sala de aula, precisa de um apoio didático, como laboratório de informática, que não funciona sem o técnico.
Segundo a reitora, é muito difícil o Campus funcionar sem os servidores. Uma reunião do Conselho foi realizada ontem e foi pedido aos técnicos que as salas fossem liberadas. Eles atenderam, entretanto, não cederam as chaves dos laboratórios e da Secretaria. "Isso dificulta o andamento. Os alunos de baixa renda, por exemplo, necessitam da Secretaria para pegarem o passe estudantil", cita Pinho.
Os alunos do Campus da Ceilândia foram informados que, hoje, haverá aula. De acordo com a reitora, mesmo que a categoria decida pela continuidade da greve, a equipe de professores trabalhará. "Caso não acabe o movimento, não interferirá nas aulas dos professores. Entretanto, as matérias que precisam do apoio dos técnicos, não sabemos ainda como ficarão. Tudo depende da assembléia que acontecerá hoje. A expectativa é que o novo calendário acadêmico seja estruturado o mais rápido possível", afirma Pinho.
Depois de 61 dias de paralisação, professores da UnB conseguiram uma liminar que garante o pagamento dos valores da Unidade de Referência de Preços (URP) - que é uma gratificação nos salários de professores e servidores da área técnica correspondente a 26% do valor que consta no contracheque - até que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha uma decisão sobre a incorporação da gratificação.

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