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Publicado em 08 de janeiro de 2025 às 10h59min
Tag(s): 8 de janeiro Opinião Sindiedutec
Por Guilherme Sachs - vice-presidente do Sindiedutec
"A história nos ensina que a democracia não é um bem garantido, mas uma conquista que exige vigilância e engajamento constante. Ignorar as lições dela é nos condenar a repetir terríveis erros com consequências desastrosas. Essa lição já nos foi dada pelo exemplo de diversos países latino-americanos que passaram por ditaduras nefastas que violaram todo tipo de dignidade e de direitos humanos e também por vivência de períodos antidemocráticos em nosso país. O golpe militar de 1964 e os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 (e todo seu contexto abjeto) são exemplos alarmantes de como as forças autoritárias tentam enfraquecer as instituições democráticas e os direitos do povo. Para evitar que retrocessos como esses se repitam, é imprescindível que cada trabalhador e trabalhadora se comprometa com a luta pela manutenção e ampliação da democracia.
A participação ativa da sociedade é a chave para garantir que nunca mais vivenciemos uma ditadura. Isso exige organização, diálogo e mobilização; e os sindicatos desempenham um papel fundamental nesse processo. Embora sejam amplamente reconhecidos por sua luta por melhores condições de trabalho e direitos mais imediatos, os sindicatos têm um papel ainda mais amplo e estratégico: eles são espaços de resistência e conscientização, capazes de politizar a classe trabalhadora e fortalecer a luta por uma democracia verdadeira.
Essa democracia vai além da escolha de representantes em eleições periódicas. Ela se concretiza em uma sociedade justa e igualitária, em que todos e todas tenham acesso aos bens sociais – como educação, saúde, moradia e cultura – e a riqueza não esteja concentrada nas mãos de poucos. Essa democracia, infelizmente, ainda não foi plenamente conquistada. A luta por ela exige a politização da classe trabalhadora, que deve compreender seu papel histórico na construção de uma sociedade mais justa.
A politização não significa apenas discutir política, mas entender os mecanismos que perpetuam a desigualdade e o autoritarismo. É reconhecer que a ampliação da democracia depende de combatermos a concentração de riquezas, o racismo, o machismo, o capacitismo a lgbtquiapnfobia e todas as formas de opressão que limitam o acesso de muitos e muitas aos direitos básicos.
Reunidos em sindicatos, os trabalhadores e as trabalhadoras têm a oportunidade de se organizar coletivamente para lutar não apenas por salários e benefícios, mas por uma sociedade em que todos e todas tenham voz e vez. A resistência a ataques autoritários e a construção de uma democracia verdadeira passam pelo fortalecimento dessas organizações e pela participação de cada indivíduo.
A democracia é um projeto em constante construção, mas também disputas, e sua ampliação só será possível com o engajamento da classe trabalhadora. Trabalhadores e trabalhadoras, unidos/as e conscientes, têm o poder de mudar o rumo da história e impedir que se repitam horrores. Que a memória do passado e os desafios do presente nos inspirem a lutar por um futuro de liberdade, igualdade e justiça. 1964 nunca mais! 8 de janeiro nunca mais!"
Fonte: Sindiedutec