Em entrevista, Diretora da ADURN trata da negociação sobre a carreira do Ensino Superior

Publicado em 14 de julho de 2010 às 16h14min

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A Diretora de Política Sócio-Cultural da ADURN, profª. Gilka Pimentel participou no último dia 10 de julho de uma reunião em Brasília, promovida pelo PROIFES e que contou com a participação de mais de 40 professores representantes das ADs filiadas e aliadas à entidade, na qual discutiu-se o processo de  negociação sobre carreira do Ensino Superior.
ADURN - Como a senhora avalia esta reunião?
Gilka Pimentel - A reunião foi positiva porque todos os representantes de entidades puderam, nesse primeiro momento, refletir sobre a proposta de carreira do governo e, ao mesmo tempo, ponderar sobre a proposta da carreira que os docentes têm. Na ocasião, a maioria das entidades presentes apresentou muitas preocupações e discordâncias em relação à criação da classe Sênior – classe esta proposta pelo governo para ser criada acima da classe do Associado.
ADURN - Quais foram essas preocupações e discordâncias?
Gilka Pimentel -Quanto às preocupações, pensamos que a idéia de carreira precisa ser ampliada, de forma a pensar esta carreira como algo mais duradouro. Temos a perspectiva de que a criação da Sênior irá trazer prejuízos para os docentes aposentados que não estão incluídos no PL do governo, e também para outro segmento de professores que não serão contemplados com a essa criação. Portanto, discordamos dessa criação tal como ela está sendo proposta pelo governo.
ADURN - Como está essa negociação dos professores do ensino superior público com o governo?
Gilka Pimentel -A promessa é de o governo fornecer informações mais precisas sobre o PL, sobretudo no que se refere à criação da classe sênior. Houve um acordo pactuado nessa reunião para que durante o período eleitoral mantenham-se as discussões entre entidades interessadas e o governo através do Secretário Geral de Recursos Humanos, Duvanier Paiva, e do Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.
ADURN - Como os docentes do EBTT poderão ser afetados com a aceitação do PL do governo?
Gilka Pimentel -A proposta do governo prejudicará a carreira do EBTT na medida em que hoje existe uma certa isonomia entre os docentes do Ensino Superior e os docentes do EBTT e, com a criação da classe Sênior, será aumentado o distanciamento entre estes.
ADURN - O que foi, de fato, acertado nesse encontro?
Gilka Pimentel -Entre os pontos acertados tem-se: procurar a Andifes para conversas sobre o PL do governo e cobrar dos reitores uma participação efetiva nesse processo de discussão; o Proifes oficializar um documento para o MPOG solicitando que o Congresso apresente informações com um detalhamento maior da proposta de carreira trazida pelo governo; agilizar a reunião da Comissão de Carreira do Proifes no sentido de fazer um estudo técnico sobre o impacto da aplicação da categoria Sênior.
Além desses pontos, ficou acertado o agendamento de discussões com o MPOG; a publicização de todos os documentos produzidos pelo Proifes; a criação de uma Comissão de Orçamento para estudar a Anexo V, que trata de todo o orçamento previsto para a União em 2011; e a realização, pelas AD’s, de uma consulta eletrônica que objetivará conhecer o grau de satisfação e/ou insatisfação dos docentes em relação à proposta do governo.
Tudo o que foi firmado será levado para o 5º Encontro do Proifes que acontecerá no mês de agosto, em Brasília.
ADURN - Qual o posicionamento que se espera do Proifes diante deste cenário de discussões?
Gilka Pimentel -Que este consiga negociar com o governo um meio de contemplar todos os professores, doutores ou não, e aposentados.
ADURN - Quais as expectativas das entidades presentes?
Gilka Pimentel -Numa avaliação geral, as Ads observam que o governo vem protelando o envio do PL atual ao Congresso, por pressão forte dos mais interessados – os docentes e suas entidades representantes, o que é positivo para o Novo Movimento Docente. Até agora “a carreira” não saiu, e é provável que saia somente no próximo ano.

ADURN Sindicato
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