Encontro de Organização e Política Sindical da CUT

Publicado em 25 de agosto de 2010 às 11h55min

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Um estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas em fevereiro deste ano mostrou que em 2008, pela primeira vez na história desse país, o poder de consumo da Classe C, formada por famílias que ganham mensalmente entre R$ 1115 3 R$ 4807, superou o das classes A e B e agora representam 46% da renda nacional.
Mesmo com a ascensão social de 31 milhões de brasileiros e a queda de 43% no grupo dos mais pobres, o Brasil ainda precisa enfrentar o desafio da desigualdade. Segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), o país é o líder em desigualdade com 10% mais ricos concentrando 50,6% da renda.
Diante desse cenário, o secretário geral da CUT, Quintino Severo, ressaltou durante o primeiro dia do Encontro Nacional dos Secretários(as) de Organização e Política Sindical da entidade, nesta terça-feira (24), em São Paulo, a importância do programa CUT nas Ruas, por meio do qual a central tem visitado todo o país para divulgar a plataforma para as Eleições 2010, com proposta dos trabalhadores para ampliar a inclusão nos próximos anos. “A plataforma da CUT será nosso carro chefe na organização dos trabalhadores. Além de melhorar a média salarial e o conjunto de empregos, nossa missão é fazer a disputa de projeto para aprofundar o modelo de devolvimento que começamos a construir, independente de quem seja eleito para governar.”
O dirigente indicou também a necessidade do movimento sindical deixar de olhar o Brasil exclusivamente a partir dos centros urbanos. “Devemos pensar as peculiaridades culturais e econômicas presentes em cada região e temos a obrigação de cobrar políticas públicas para o campo como forma de acabar com a necessidade de migração em busca de trabalho”, disse.
Terreno da democracia – Secretário do Ministério do Desenvolvimento Agrário, José Humberto Oliveira, também tratou da necessidade de inverter a lógica das ações que acabam por favorecer as grandes metrópoles e falou sobre o Territórios da Cidadania. Em três anos de existência, o programa criado pelo governo Lula integra mais de oito mil organizações em 120 territórios que atuam diretamente no debate sobre a vida de municípios no interior brasileiro.
O objetivo da ação é formar espaços de diálogo que reúnem um conjunto de cidades de determinada região com características, necessidades e vocações semelhantes. A partir das discussões reunindo o pode público e entidades da sociedade civil nos colegiados, são definidas quais políticas públicas devem ser levadas e executadas pelo ministérios do governo federal.
Oliveira falou de questões práticas adotadas a partir da demanda de algumas regiões, como a construção de campos universitários e escolas técnicas e agrotécnicas com cursos adequados às demandas locais. Ele também citou a expansão de farmácias populares, que não chegavam a municípios com menos de 70 mil habitantes, e a assistência técnica a quilombolas que sequer eram visíveis aos olhos dos governos estaduais e federal.
Favela é mais barato – Para o secretário, é necessário que a classe trabalhadora participe mais ativimente dos territórios, seja pela integração aos colegiados, no caso das organizações representativas dos trabalhadores do campo, seja pelo fortalecimento da relação dos sindicatos urbanos com os rurais. “Não podemos esquecer que a atuação não se restringe a quem é do segmento agrícola. Precisamos levar em conta que algumas categorias como a de professores, de bancários e de funcionários públicos estão presentes em todos os pontos do país.”
José Oliveira acredita que a mobilização dos movimentos sociais é fundamental para manter viva a cultura brasileira. “Para a direita, quanto mais urbanizado ficam os espaços mais barato é para tratar dos pobres nos grandes centros. Custa menos urbanizar uma favela em São Paulo do que construir 50 mil moradias no ambiente rural, especialmente onde se deve levar em conta fatores como a distância em relação aos locais em que se produz o material de construção.”
O encontro continua nesta quarta (25). Confira a programação
Programação de amanhã - 25 de Agosto
09:00 - O processo de regularização do registro sindical no MTE, o Sistema Mediador e o Homolognet
Coordenação - Claudir Nespolo – Sec. Org. CUT/RS e Presidente CNMCUT
Jacy Afonso – Secretário de Organização
Zilmara Alencar – Secretária de Relações do Trabalhado do MTE
10:30 - Debate
12:00 - Apresentação Projeto OLT e Projeto Trabalho Decente
Coordenação - Miguel Pereira – Secretário de Organização CONTRAFCUT
Jacy Afonso – Secretário de Organização
José Celestino Lourenço- Secretário de Formação
Denise Dau – Secretária de Relações do Trabalho
13:00 Almoço
14:00 - Jacy Afonso - Apresentação final das prioridades e estratégia da Organização Sindical e Proposta final do PAS 2010
16:00 - Intervalo
16:30 - Encaminhamentos finais e encerramento

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