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Publicado em 15 de setembro de 2010 às 12h01min
Tag(s): História
Bastidores, crises, o dia-a-dia de porta-vozes e secretários de imprensa de presidentes brasileiros são temas do livro No Planalto, com a Imprensa, lançado nessa terça-feira, 14, em Brasília. A relação entre imprensa e governo, nos últimos 50 anos, sob o ponto de vista destes profissionais recupera a história e memórias de pessoas que viveram de perto esta relação delicada entre governo e mídia. Produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco, do Ministério da Educação, a obra reúne os depoimentos de profissionais que atuaram desde o governo de Juscelino Kubitschek, na década de 50, até 2005.
A cerimônia de lançamento teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Ministro da Educação, Fernando Haddad, e do presidente do Senado e ex-presidente, José Sarney, além de outros ministros, jornalistas e dos próprios ex-secretários de imprensa. No encontro, o presidente destacou a importância histórica que a publicação terá para pesquisadores, jornalistas e sociedade que poderão saber de detalhes do trabalho realizado. “Todos nós sabemos que sem um fluxo de informação não haveria como a sociedade ser bem informada. A assessoria de imprensa trata-se de uma atividade fundamental e deve funcionar de forma institucional e transparente. É fundamental que a imprensa seja livre e independente”, afirmou.
O presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Fernando Lira, disse que o livro revela o papel do secretário de imprensa. “A evolução da história é gerada de acordo com a versão oficial que é importante, mas este livro permite ao porta-voz contar os bastidores daquilo que viveu.”
Com organização do ex-secretário de imprensa do governo Lula André Singer e dos jornalistas Mário Hélio Gomes, Carlos Villanova e Jorge Duarte, o livro reúne entrevistas com 24 ex-secretários. O ineditismo e resgate histórico marcam o livro de 987 páginas. Além dos porta-vozes e secretários, foram ouvidas outras 20 pessoas para compor um quadro do período anterior ao de Juscelino Kubitschek. A obra nasceu com o objetivo de resgatar a memória institucional da Secretaria de Imprensa. Na edição das entrevistas, os autores optaram por preservar a fala original dos entrevistados, sem checar as versões, para não fugir da proposta original de preservação de conteúdo histórico. O resultado foi uma coletânea rica em memórias, com revelações inéditas e, em alguns casos, bombásticas, e o desabafo de homens que se incumbiram de ser a ponte entre o governo e a mídia, tendo muitas vezes que lidar com crises e atritos decorrentes da situação.
Os autores do livro já planejam outros dois projetos: um livro com depoimentos dos ex-assessores internacionais da Presidência da República e outro com entrevistas com os ex-chefes do cerimonial. Há ainda a ideia para a criação de uma coletânea que trará a história dos atos da Secretaria de Imprensa. O objetivo é o mesmo da atual publicação: resgatar a memória institucional que não foi preservada ao longo dos anos de nossa história.
MEC