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Publicado em 17 de novembro de 2010 às 09h31min
Tag(s): MEC
O Brasil é o único país de sua dimensão que ainda tem processos seletivos de estudantes à educação superior nos moldes de vestibular. Pelo modelo, alunos são obrigados a pagar taxas elevadas de inscrição, deslocar-se pelo país para fazer provas, caso queiram ingressar em instituições fora da cidade onde moram, e usar nota para apenas uma universidade. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em sua nova configuração, foi elaborado para acabar com o modelo defasado do vestibular.
Isso foi o que explicou o ministro da Educação, Fernando Haddad, aos parlamentares presentes à comissão de educação no Senado Federal, nesta terça-feira, 16. “A expansão e a melhoria da qualidade do ensino superior não valeriam de nada se não mudássemos a forma de ingresso”, destacou Haddad. “Se não vencermos o desafio de superar o modo brasileiro de seleção às universidades, não vamos prosperar no atendimento à juventude.”
Na visão do ministro, é preciso insistir no modelo do Enem, mesmo com todos os entraves a serem superados. Segundo ele, uma das possibilidades é a aplicação de duas provas por ano, o que diminui o número de inscritos em cada exame e dilui os riscos de falhas.
Quanto aos erros gráficos do exame deste ano, Haddad informou que as atas dos locais de prova já começaram a chegar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A partir dos documentos, será possível avaliar quantos alunos foram prejudicados pelas falhas no caderno amarelo e marcar uma nova prova para esses candidatos, que serão comunicados assim que houver uma definição.
Haddad explicou que a aplicação de um novo exame para quem foi prejudicado por esse problema específico é possível graças à tecnologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI). Com ela, provas diferentes podem ter o mesmo grau de dificuldade, o que respeita a isonomia. Em 2009, o Enem foi aplicado em três momentos diferentes (com questões diferentes, mas dentro da mesma escala): o primeiro, para a maioria dos estudantes; o segundo, nos presídios e para os prejudicados com as enchentes do Espírito Santo; e o terceiro, para 220 presidiários cujos cartões de inscrição não chegaram ao Inep.
“A TRI não é estranha à comunidade dos educadores, mas o país está conhecendo agora”, disse o ministro. “É bom que haja o debate, o que permite avançar ainda mais no futuro em termos de avaliação.”
Ensino médio – Haddad acredita que outro benefício do Enem é o de impactar a qualidade do ensino médio, assim como a Prova Brasil já impactou o ensino fundamental. A avaliação, que mede a qualidade do ensino aos alunos do quinto e nono anos do ensino fundamental, permite o cálculo do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). “Os indicadores que caíam até 2005 passaram a progredir a partir da Prova Brasil. Em 2009, alcançamos a meta no Ideb proposta para 2011”, ressaltou o ministro. Hoje, o país tem uma nota de 4,6 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental, numa escala que vai de zero a dez.
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