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Publicado em 22 de novembro de 2010 às 09h34min
Tag(s): Igualdade racial
Com o aumento do número de políticas afirmativas, como a criação de cotas para afrodescendentes nas universidades públicas e o Estatuto da Igualdade Racial, a população negra e jovem tem uma nova perspectiva de futuro. Diferentemente de seus pais, eles agora ingressam no ensino superior e pretendem seguir estudando.
A estudante da Universidade de Brasília (UnB), Deuzilene de Oliveira Barros, 21 anos, passou no vestibular de 2007 para o curso de artes cênicas por meio das cotas. Desde 2004, UnB reserva 20% de suas vagas para afrodescendentes. “Fui a primeira da minha família a passar numa universidade pública. Meu pai tem 57 anos, é motorista de ônibus e ainda não se aposentou. Minha mãe não trabalha, fica em casa para cuidar dos filhos, ela não terminou o ensino médio”.
Ela afirma que depois de se formar, pretende entrar no mestrado. “A minha perspectiva é essa. Eu estava planejando isso. Estão falando de cotas para o mestrado, isso é bom, pois a gente saí desse ciclo da graduação, de repercutir o pensamento dos outros, e passa a produzir o conhecimento em si”.
Para Deuzilene, que mora na Ceilândia, cidade satélite de Brasília, a sociedade ainda é muito preconceituosa. “Minha vida como mulher negra é diferente porque eu cresci no século 21 e é outro esquema. A minha mãe sofreu bastante como mulher negra. Como todas as outras pessoas, sofri preconceito na escola e sofro até hoje. Isso me cansa e é uma coisa que me chateia muito, esses olhares transviados, esses olhares distintos para cima de mim como se eu fosse a exótica do lugar”.
A maranhense Amanda Ribeiro Guimarães, 25 anos, é formada em química industrial e trabalha como modelo. “Eu passei na Universidade Federal do Maranhão em 2004, na época que eu passei no vestibular não tinha sistema de cotas. De 28 alunos, eu era a única negra. Tenho um irmão já formado em administração. Meu pai é matemático se formou também na Federal e a minha mãe só tem até o ensino médio e é escriturária”.
Hoje, Amanda mora em São Paulo, mas trabalhou como modelo em Curitiba. “Tive um destaque muito bom, todas as coisas que eu poderia fazer lá, eu fiz. Dei uma parada [nos estudos] de dois anos. Mesmo assim, pretendo fazer meu mestrado, de preferência em outro país”.
Segundo ela, a situação começou a mudar quando as pessoas começaram a discutir a questão do negro na sociedade. “Começaram a sair da discussão e colocaram em prática. Está tendo uma reviravolta muito grande no país. Daqui a dez anos vamos ver mais mudança e tomara que essa questão do negro continue crescendo”.
Agência Brasil