Senadores não querem ocupar ala com nome de militar que serviu a ditadura

Publicado em 10 de dezembro de 2010 às 09h29min

Tag(s): DItadura Militar



A maior parte dos senadores eleitos – e que tomarão posse em fevereiro – não quer ocupar gabinetes na Ala Filinto Müller, no Senado. O impasse foi discutido em reunião da Mesa Diretora hoje (9), mas não foi resolvido.
“Alguns não admitem em hipótese nenhuma ir para lá. Seja por superstição ou por ideologia”, disse o 1º secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI). “Os gabinetes lá são grandes, mas, talvez eles não queiram ir para lá por causa da distância”, completou.
O militar Filinto Müller foi chefe da polícia política do governo de Getúlio Vargas e acusado de prisões arbitrárias e torturas. Foi um dos responsáveis pela entrega da militante comunista judia Olga Benário, à Alemanha. Mulher do líder comunista Luís Carlos Prestes, Olga Benário foi executada em Bernburg, em 1942, pelas forças do ditador alemão Adolf Hitler.
A falta de senadores para ocupar a Ala Filinto Müller sobrecarrega outras partes do Senado, onde também estão instalados gabinetes. “Temos uma distorção aqui no Senado. Alguns tem 30 metros quadrados (m²), outros tem 60 m². É algo que precisamos resolver”, explicou Heráclito.
O senador disse que continua, também, o impasse quanto ao possível aumento no subsídio pago aos senadores. A Casa não pode reajustar valores pagos a menos de 90 dias do fim da legislatura, segundo Heráclito. “Que querem aumento, querem. O problema é como. É uma decisão que tem de ser tomada pelos presidentes da Câmara e do Senado, nesta legislatura, para ter efeito na próxima”, disse.
Agência Brasil
 

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