Nova sede começa a ser erguida no Rio de Janeiro com a presença de Lula

Publicado em 21 de dezembro de 2010 às 11h51min

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Começa nesta segunda-feira, 20, a construção da nova sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), na Praia do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O prédio será erguido no local da antiga sede da entidade estudantil, destruída em 1964 durante o regime militar. Pela Lei nº 12.260, de junho de 2010, o Estado brasileiro admite a responsabilidade pela destruição do prédio e se compromete a indenizar a UNE.
A pedra fundamental que marca o início da obra será colocada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele estará acompanhado de ministros e autoridades da prefeitura e do estado do Rio de Janeiro. O projeto arquitetônico, um presente do arquiteto Oscar Niemeyer à UNE, terá 13 andares, que abrigarão centro cultural, teatro e museu da memória do movimento estudantil, além de setor administrativo. Segundo a lei, os recursos sairão do orçamento da União.
Durante a solenidade com o presidente Lula, os estudantes vão abrir uma exposição. Um painel com a foto de Honestino Guimarães, ex-presidente da entidade e um dos desaparecidos políticos do período, homenageia a todos que lutaram contra a ditadura e pelo retorno da democracia. A UNE também vai reeditar a exposição Memória do Movimento Estudantil, que conta a história da mobilização de universitários e secundaristas desde 1937, quando foi criado o Conselho Nacional de Estudantes, o embrião da UNE, até 2010.
A Memória do Movimento Estudantil retrata como foi a participação dos estudantes em momentos importantes da história do Brasil. Estarão ali a campanha O Petróleo é Nosso, da década de 1950; a luta contra o regime militar de 1960 a 1985; o movimento Diretas Já, de 1984 e 1985; a marcha dos Caras-Pintadas, que culminou com a queda do presidente Fernando Collor em 1992.
Histórico
O prédio na Praia do Flamengo, nº 132, foi doado pelo presidente Getúlio Vagas à UNE, em 1942. A sede foi, até 1964, palco de lutas nacionais, como a campanha O Petróleo é Nosso, que precedeu a criação da Petrobrás, em 1953, além de ser referência cultural para o movimento estudantil e ponto de encontro de artistas e intelectuais. Ali nasceu o centro popular de cultura (CPC) da UNE.
Tomado dos estudantes em 1964, o prédio foi demolido na década de 1980. Depois disso, o terreno foi invadido e passou a ser usado como estacionamento clandestino. Em fevereiro de 2007, a entidade recuperou o terreno, montou um acampamento no local e começou a campanha UNE de Volta para Casa. Com o movimento dos estudantes, a entidade conseguiu reaver na Justiça a posse do terreno, o reconhecimento da responsabilidade do Estado pela invasão, conforme a Lei nº 12.260/2010, e agora a construção da nova sede.

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