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Publicado em 28 de fevereiro de 2011 às 10h23min
Tag(s): Centrais Sindicais
A Coordenadora dos Movimentos Sociais (CMS) realizou nesta sexta-feira (25), a 9ª Plenária Nacional, onde cerca de 100 pessoas, representando movimentos sociais de diversos estados da federação, puderam debater as pautas e construir ideias de luta para o fortalecimento da unidade entre a CMS e as Centrais Sindicais.
O evento aconteceu na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), na capital paulista, sobre a opinião unânime dos participantes quanto à necessidade de se intensificar a luta dos movimentos sociais, juntamente com as centrais sindicais, para que o governo da presidenta Dilma Rousseff ponha em prática o Projeto Brasil, pauta aprovada em 2010 durante a plenária da CMS, que reuniu 3 mil pessoas de todo o país na quadra do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.
A mesa de abertura contou com a presença de Rogério Nunes, secretario de políticas sociais da CTB nacional; Ubiraci Dantas (Bira), vice-presidente da CGTB; Sônia Coelho, da Marcha Mundial de Mulheres; Artur Henrique, presidente e Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT; Sérgio Pedro, Presidente da UNEGRO/DF; Augusto Chagas, presidente da UNE; e Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST. Que durante os discursos iniciais, fizeram uma análise da atual conjuntura política brasileira, fazendo duras críticas à postura governamental em relação à votação do Salário Mínimo e sua política monetária conservadora.
Vitória popular
Rogério Nunes lembrou que a eleição de Dilma Rousseff foi uma vitória para os movimentos populares que, diante de ameaça neoliberal, derrotaram o projeto que buscava retroceder os avanços conquistados durante a administração Lula, mas ressaltou que é fundamental continuar lutando contra o sistema monetário conservador que engessa o crescimento do Brasil. “É importante o conjunto dos movimentos sociais ampliar as mobilizações, juntamente com as centrais sindicais, com o objetivo de pressionar o governo a reverter essa tendência apresentada nesse início de mandato”.
Segundo Augusto Chagas, essa postura do início do governo Dilma caminha na direção contrária ao que a população deseja, pois o Brasil que está com a possibilidade de crescer e se desenvolver, de uma hora para outra recebeu um “balde de água fria” e isso influencia diretamente na vida dos jovens brasileiros. “A saída para que o país tenha mais políticas sociais e ampliação dos direitos dos trabalhadores com melhor distribuição de renda, emprego, saúde e dignidade é justamente com o Brasil se desenvolvendo. Este simbólico “balde” que foi jogado nesse desenvolvimento foi uma medida equivocada e as justificativas apresentadas pelo governo não nos agrada”.
A luta do campo
Apesar dos avanços que ocorreram durante o governo Lula, a reforma agrária, propriamente dita, não aconteceu. Para Gilmar Mauro, do MST, nesses próximos quatro anos os movimentos de rurais terão de intensificar suas ações para ampliar o que já foi conquistado, mas isso só ocorrerá com o fortalecimento da unidade entre a luta da cidade e do campo, pois desta forma pode-se combater, veementemente, a criminalização que os grandes conglomerados da comunicação fazem contra os movimentos em prol da reforma agrária. “Esse tema precisa ser melhor discutido e depende do conjunto de movimentos sociais para ser feito um debate amplo para a sociedade, pois se a sociedade brasileira preferir continuar degradando o solo, a água e sua saúde com o uso indiscriminado de agrotóxico só para continuar exportando Commodity, que é a função do agronegócio, a reforma agrária não tem mais espaço”.
A força da unidade
Em sua explanação, Lucia Stumpf, da União Brasileira de Mulheres (UBM), propôs que uma grande atividade de mobilização seja feita em Brasília, no mês de junho. Nessa manifestação, conjunta entre as entidades que compõem a CMS e o Fórum das Centrais, será defendida a pauta do Projeto Brasil.
A plenária aprovou a resolução dos eixos relativos à agenda unificada dos movimentos para 2011, são eles: Distribuição de renda (salário mínimo, programas sociais, etc.); Contra o monopólio das comunicações; Criminalização da pobreza e dos movimentos; Reforma agrária e urbana; Contra a violência as mulheres e crianças, contra a homofobia; Pela democracia; Contra a corrupção; Pela agricultura familiar; Pela educação e saúde; Pela reforma política; Pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; e Pelo combate a militarização.
CTB