Dilma adota tom discreto e diz que PIB brasileiro “foi bom”

Publicado em 04 de março de 2011 às 10h40min

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A presidente Dilma Rousseff adotou tom discreto para classificar o crescimento de 7,5% da economia brasileira no ano passado, o maior desde 1986, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Perguntada por um repórter sobre o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, a presidente foi econômica nas palavras.
"O Pibão? Foi bom, foi bom", disse Dilma.
A expressão informal havia sido usada na própria pergunta do jornalista, quando ela se dirigia à rampa do Palácio do Planalto para receber o primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão, que faz visita oficial ao Brasil nesta quinta-feira (3).
Mais cedo, pela manhã, a presidente havia recebido o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Nos últimos anos, a pasta também tem comemorado números crescentes na geração de emprego.
Dilma previu que para os próximos anos o comportamento da economia brasileira não atingirá a marca registrada em 2010. Porém, ela assegurou que se forem mantidos os níveis entre 4,5% e 5% estará bastante satisfeita. Conforme avaliou, o ponto importante é criar condições de crescimento e expansão da economia nacional.
Mas, como assinalou, tudo deve acontecer dentro daquilo que classificou de controle da inflação. "O controle da inflação é uma das questões mais importantes", frisou durante a conversa.
E seguiu: "quanto mais aumentar a taxa e investimento mais teremos capacidade de crescer. 7,5% a gente deve saudar mas, teremos nos próximos anos taxas entre 4,5% a 5% que seja sustentável e permanente. A gente espera também que o mundo não tenha mais marolas."
Mantega
Mais cedo, em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crescimento de 7,5% do PIB brasileiro foi alcançado a partir de dois fatores dinâmicos da economia brasileira: investimento forte e mercado interno bastante robusto. Na avaliação dele, esse patamar de crescimento mostra a capacidade produtiva e o potencial da economia brasileira. Mantega ressaltou o crescimento de 10,1% da indústria e afirmou que, com esse dado, não dá para falar em desindustrialização no país. Citou também o incremento da agricultura, que cresceu 6,5% e os serviços, 5,4%.
O dado mais comemorado pelo ministro, porém, foi o crescimento de 21,8% na Formação Bruta de Capital Fixo, ou seja, do investimento. “Isso dá qualidade ao crescimento do PIB brasileiro”, disse. Segundo ele, o aumento dos investimentos habilita o país a continuar crescendo nos próximos anos. Mantega destacou ainda o crescimento de 7% nas despesas das famílias em 2010 sobre o ano anterior e de 3,3% nas despesas do governo no período. O ministro disse também que o resultado do PIB em 2010 demonstra um aumento importante da poupança interna.
“É um crescimento equilibrado, com mais oferta de produtos e afastando problemas de abastecimento e de inflação”, frisou.

BNDES perde metade dos recursos

Guido Mantega também anunciou o montante de recursos que o Tesouro Nacional repassará ao BNDES em 2011. Serão emprestados ao banco de fomento R$ 55 bilhões, ante R$ 110 bilhões (dos quais R$ 30 bilhões para capitalização da Petrobras) em 2010 e R$ 100 bilhões em 2009. “O montante para esse ano é suficiente para continuar estimulando investimento”, declarou o ministro.
Mantega disse que, apesar de o Brasil ter superado a crise que levou o governo a incentivar o aumento do investimento, ainda há necessidade de estímulos. “Estamos numa transição. Não podemos suprimir (o apoio financeiro) de uma vez, porque desestimularia investimento, que alivia a inflação. O setor privado, gradativamente, vai substituir o BNDES”, disse.
Portal Vermelho
 

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