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Publicado em 30 de março de 2011 às 07h58min
Tag(s): Produção científica
A China poderá ser o maior produtor de artigos científicos já em 2013, ultrapassando os Estados Unidos, diz um relatório da Royal Society de Londres que analisou o estado da colaboração científica mundial.
“O mundo científico está mudando e novos jogadores estão surgindo rapidamente”, disse em comunicado Chris Llewellyn Smith, antigo diretor do Consleho Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) e presidente do grupo consultivo do estudo, intitulado “Conhecimento, redes e nações. A Colaboração Científica Global no século XXI”.
Segundo o relatório, a produção científica continua a florescer. Entre 2002 e 2007, o dinheiro gasto em investigação passou de 561 para 813 bilhões de euros, ao mesmo tempo que o número de investigadores subiu de 5,7 para 7,1 milhões. Países como Índia, Brasil, Irã, Turquia ou mesmo Tunísia estão apostando cada vez mais na ciência e há uma colaboração internacional maior.
“Além da emergência da China, vemos um crescimento no sudeste asiático, no Oriente Médio, no norte de África e noutras nações. O aumento de colaboração e investigação científica é muito bem-vindo. No entanto, nenhuma nação que foi historicamente dominante pode dar-se ao luxo de se apoiar nas conquistas passadas se quer ter a vantagem competitiva no nível econômico que ser um líder científico proporciona”, disse o inglês.
A China é o segundo país que mais publica artigos científicos. Entre 1993/2003 e 2004/2008, a porcentagem mundial de publicações do gigante asiático passou de 4,4 para 10,2%, enquanto nos Estados Unidos decresceu de 26 para 21%. O terceiro lugar vai para o Reino Unido que passou de 7,1 para 6,5%.
O número total de artigos publicados pelos Estados Unidos vai continuar a aumentar, mas “antes de 2020, espera-se que a China ultrapasse os Estados Unidos”, diz o relatório. Há projecções que apontam que esse momento será já em 2013.
Mas o aumento da qualidade científica, avaliada pelo número de vezes que um artigo é citado, não está acontecendo tão rápido e a China vai demorar mais de uma década para chegar ao índice ocidental. A porcentagem de citações do país, apesar de ter subido de quase zero para quatro por cento entre os dois períodos, ainda está longe das citações dos Estados Unidos, que rondam os 30%.
Fonte: Publico20