Costa do Marfim: abusos de direitos humanos preocupam ONU

Publicado em 04 de abril de 2011 às 09h21min

Tag(s): Direitos Humanos



A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta sexta-feira ( 1º) ter recebido informações de que os dois grupos políticos que disputam o poder na Costa do Marfim são acusados de sérias violações de direitos humanos. Os confrontos têm se intensificado no país.
Tropas leais ao opositor Alassane Ouattara – reconhecido internacionalmente como o vencedor do pleito presidencial de novembro passado – realizam ataques na principal cidade marfinense, Abidjan, em áreas ainda controladas pelo rival Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar a presidência.
Intensos confrontos têm sido registrados nos arredores da residência presidencial, onde testemunhas disseram ter visto uma nuvem de fumaça, e em um quartel militar.
Simpatizantes de Ouattara dizem ter tomado o controle da televisão estatal que saiu do ar no fim da noite de ontem (31). Já aliados de Gbagbo afirmam que, mesmo com a intensificação da violência em Abidjan, ele ainda está na cidade.
A ONU, que ajudou a proteger Ouattara no período pós-eleitoral, disse que há relatos de que as tropas leais a ele cometeram crimes como sequestros, maus-tratos de civis, prisões arbitrárias, saques e extorsões durante avanço rumo a Abidjan.
Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, pediu que Ouattara mantenha controle sobre os atos praticados por seus simpatizantes. O órgão ameaçou os responsáveis pelos crimes com ações “sob a lei internacional”.
Segundo analistas, o risco de uma nova guerra civil e de um banho de sangue no país é crescente. As forças leais a Ouattara, vindas do norte do país, começaram a avançar na última segunda-feira (28) e parecem já ter tomado cerca de 80% do país. Há indícios de que milhares de militares, incluindo líderes do Exército, tenham desertado para o lado de Ouattara.
Além da ofensiva de seu adversário, Gbagbo está sob sanções impostas pela ONU, pela União Europeia e por grupos africanos, mas ainda mantém o apoio de milícias e da guarda republicana.
Fonte: BBC Brasil
 

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