Instituições da América Latina e do Caribe discutem internacionalização

Publicado em 09 de maio de 2011 às 10h35min

Tag(s): Ensino Superior



A internacionalização do ensino superior na América Latina ainda caminha a passos lentos. A região tenta superar limitações como a falta de investimento nas instituições de ensino, crescimento descontrolado de universidades privadas de baixa qualidade, regras distintas vigentes em cada um dos países e as más posições das instituições nos rankings mundiais universitários.
O número de alunos e professores estrangeiros é um dos critérios avaliado pelos rankings universitários e, ao mesmo tempo, a posição ocupada por uma instituição influencia o número de alunos e professores estrangeiros que a escolhem como destino.
A dificuldade para se reconhecer um diploma de graduação obtido no exterior é também um problema para promover a internacionalização. Na União Europeia, por exemplo, não há restrição entre os países do bloco. Na América Latina, os ministérios da Educação dos países precisam avaliar --e aprovar-- o título obtido no exterior.
"Ainda há uma falta de articulação muito grande. O reconhecimento do título estrangeiro ainda é o principal entrave", diz o venezuelano Pedro Henríquez Guajaro, diretor do Instituto Internacional para Educação Superior da América Latina e Caribe (Iesalc), da Unesco.
ENCONTRO
Na semana passada, a Iesalc promoveu um encontro, em Buenos Aires, entre redes universitárias da América Latina e Caribe. Estavam presentes representantes de todos os países da região, reunidos em 67 instituições públicas e privadas. Além de discutir o intercâmbio e a produção acadêmica, o encontro discutiu como facilitar a internacionalização na região. O desafio é enorme.
Uma das propostas é tentar firmar acordos bilaterais entre os países. O Mercosul estuda o tema, mas por enquanto não há consenso.
Um dos três representantes brasileiros no encontro, João Carlos Brahm, reitor da Universidade do Rio Grande e diretor da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), admite que o país ainda está atrasado em alguns aspectos.
"Há muita burocracia para reconhecer os títulos de graduação obtidos no exterior, por exemplo, mas já avançamos muito. Há mais financiamentos e vários acordos internacionais para cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado", diz.
Para tentar impulsionar a mobilidade acadêmica na América Latina e no Caribe, o encontro também lançou as bases do Mesalc (Mapa da Educação Superior na América Latina e no Caribe). A iniciativa da Iesalc pretende criar um sistema de informação para mostrar os resultados e progressos conquistados pelas instituições de educação superior da região e permitir maior interação acadêmica entre elas.
Os organizadores da iniciativa também veem o Mesalc como uma alternativa aos rankings universitários que "não se adaptam às características e às necessidades" da América Latina e do Caribe.
"O Mesalc facilita a avaliação e o conhecimento das nossas particularidades, características e valores, antes de sermos comparados por padrões estabelecidos por realidades que não são condizem com as nossas", diz Guajaro em declaração publicada no site da Iesalc.

UOL Educação

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