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Publicado em 12 de maio de 2011 às 10h57min
Tag(s): Educação
Uma pesquisa britânica realizada com 400 homens e mulheres sugere que pessoas com menor grau de educação têm tendência a envelhecer mais rapidamente.
Análises do DNA dos pesquisados indicam que o envelhecimento celular é mais avançado em adultos sem qualificações, se comparados com quem tem um diploma universitário.
A instituição de caridade britânica para problemas do coração, British Heart Foundation, afirmou que o estudo, realizado em Londres e publicado na revista especializada "Brain, Behaviour and Immunity", reforça a necessidade de se enfrentar as diferenças sociais.
"Não é aceitável que o local onde você vive ou o quanto você ganha ou a menor bagagem acadêmica possa significar um risco maior de doenças", afirma o professor Jeremy Pearson, diretor médico associado da instituição.
A ligação entre boa saúde e status socioeconômico já foi estabelecida em outras pesquisas. Segundo elas, pessoas mais pobres são mais propensas a fumar, fazer menos exercícios e ter menos acesso ao atendimento de saúde de boa qualidade, quando comparadas aos mais ricos.
Mas o novo estudo sugere que a educação, a longo prazo, pode ser um fator determinante mais preciso da saúde do que o status social e a renda.
Além da University College de Londres, também participaram do estudo especialistas da University of Wales Institute, em Cardiff, e da Universidade da Califórnia, em San Francisco.
DECISÕES
Os pesquisadores consideram que o nível educacional mais elevado permite que as pessoas tomem decisões melhores, o que afeta a saúde a longo prazo.
Os cientistas também especulam que pessoas mais qualificadas podem sofrer menos com o estresse ou têm mais habilidade para lidar com o estresse.
"A educação é um marcador de classe social que as pessoas adquirem logo no início da vida. Nossa pesquisa sugere que, longo prazo, é a exposição às condições de um status mais baixo que promove o envelhecimento celular acelerado", afirma o professor que liderou o estudo, Andrew Steptoe, do University College de Londres.
A equipe de Steptoe pegou amostras de sangue de mais de 400 homens e mulheres com idades entre 53 e 75 anos e mediu o comprimento de partes do DNA encontrado na extremidade dos cromossomos.
Essas partes, chamadas telômeros, protegem os cromossomos de danos, e os cientistas acreditam que telômeros mais curtos indicariam um envelhecimento mais rápido.
Os resultados da nova pesquisa do University College de Londres mostraram que pessoas com menos educação tinham realmente telômeros mais curtos, resultando em um envelhecimento mais rápido.
Os resultados também mostraram que o comprimento dos telômeros não foi afetado pelo status social e econômico de uma pessoa em um período mais tardio de sua vida, como se pensava anteriormente.
Para o professor Stephen Holgate, presidente do Conselho de Pesquisa Médica e da Diretoria de Sistemas de Medicina, as experiências de uma pessoa no início da vida "podem ter influências importantes na saúde".
"Assim como em todas as pesquisas de observação, é difícil estabelecer as causas destas descobertas, mas este estudo fornece provas de que ter uma educação em um nível mais alto pode trazer mais benefícios do que apenas no mercado de trabalho", comentou.