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Publicado em 25 de maio de 2011 às 09h43min
Tag(s): Centrais Sindicais
As centrais sindicais promovem, nesta quarta-feira (25), manifestação conjunta no Congresso Nacional em prol da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e da agenda comum dos trabalhadores em tramitação no Legislativo.
A manifestação retoma as bandeiras de luta do programa aprovado na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em junho do ano passado.
Os dirigentes sindicais - da Força Sindical, CUT, CTB, UGT, NCST e CGTB - apostam no aprofundamento da unidade de ação das centrais para garantir vitórias nas lutas pela aprovação da agenda do trabalhador que inclui, além da redução da jornada sem redução de salários, fim do fator previdenciário, regulamentação da convenção 151, ratificação da convenção 158 e a elaboração de uma legislação pelo fim das práticas antissindicais.
As centrais sindicais citam estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para divulgar os argumentos pela redução da jornada de trabalho.
A redução da jornada de trabalho é apontada como um dos instrumentos para geração de novos postos de trabalho e a consequente redução das taxas de desemprego. "Se todos trabalharem um pouco menos, todos poderão trabalhar", destacam os líderes sindicais.
A jornada normal de trabalho no Brasil é uma das maiores no mundo: 44 semanais desde 1988. A jornada total de trabalho é a soma da jornada normal de trabalho mais a hora extra.
No Brasil, além da extensa jornada normal de trabalho, não há limite semanal, mensal ou anual para a execução de horas extras, o que torna a utilização de horas extras no país uma das mais altas no mundo.
Logo, a soma de uma elevada jornada normal de trabalho e um alto número de horas extras faz com que o tempo total de trabalho no Brasil seja um dos mais extensos.
Além do tempo gasto no local de trabalho (em torno de 11 horas, sendo oito de jornada normal, duas de hora extra e uma de almoço), há ainda os tempos dedicados ao trabalho fora do local de trabalho, entre eles o tempo de deslocamento entre casa e trabalho; o tempo utilizado nos cursos de qualificação; o tempo utilizado na execução de tarefas de trabalho fora do tempo e local de trabalho (que em muito tem sido facilitada pela utilização de celulares, notebooks e internet), além do tempo que os trabalhadores passam a pensar em soluções para o processo de trabalho, mesmo fora do local e da jornada de trabalho.
Outro argumento apresentado pelo Dieese em defesa da redução da jornada de trabalho é o aumento do número de doenças.
Em função das jornadas extensas, intensas e imprevisíveis, os trabalhadores têm ficado cada vez mais doentes (estresse, depressão, hipertensão, distúrbios no sono e lesão por esforços repetitivos, por exemplo).
Círculo virtuoso
Além dos ganhos de produtividade verificados no passado e na conjuntura atual, eles devem continuar a acontecer no futuro, o que explicita a necessidade de a redução da jornada de trabalho ser permanente e contínua, acompanhando assim os ganhos de produtividade, diz o Diesse, apontando nessa medida criação de um "círculo virtuoso", isto é, os ganhos de produtividade e a sua melhor distribuição estimulam o crescimento econômico que, por sua vez, levam a mais aumento de produtividade.
Soma-se aos demais argumentos, o de que a redução da jornada de trabalho irá possibilitar que os trabalhadores, produtores das riquezas do Brasil, possam trabalhar menos e viver melhor, para que possam viver e não apenas sobreviver.