Bolsa renova área educacional para atrair pessoa física

Publicado em 28 de junho de 2011 às 15h48min

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Depois de lançar a campanha publicitária "Quer ser sócio?", estrelada pelo rei Pelé, a bolsa aposta no fortalecimento de seu Instituto Educacional para aumentar o número de investidores pessoas físicas em ações.
Tradicionalmente concentrado na formação de profissionais para atuação no mercado financeiro, o instituto se volta agora para o trabalho direto de educação do pequeno aplicador por meio da chamada "Escola do Investidor".
Lançada no fim do ano passado, a escola tem sede em São Paulo e conta com um corpo docente de 120 professores. De dezembro para cá, já "formou" mais de 200 investidores. O objetivo, a partir de agora, é dar mais capilaridade ao instituto por meio de parcerias com instituições de outros Estados e da ampliação da oferta de cursos pela Internet, explica Dayse Gomes, gerente do Instituto Educacional BM&F Bovespa. "A ideia é estar mais perto de um novo público, que está começando a descobrir a bolsa", conta Dayse. "Já temos cursos em parceria com instituições em Curitiba e Porto Alegre, e estamos em conversações para realizar cursos em Fortaleza".
O trabalho educacional, ressalta Dayse, está estreitamente ligado à estratégia de negócios da BM&F Bovespa, incluindo, é claro, a meta de possuir mais de cinco milhões de pessoas físicas na bolsa até o fim de 2014. Apesar desse alinhamento com a área de negócios, os trabalhos da "Escola do Investidor", diz a executiva, não se prendem a uma "lógica imediatista de conquista de clientes". A ideia, ressalta ela, é oferecer informações e conceitos sobre o mercado de renda variável para que as pessoas estejam aptas a tomar decisões na hora de investir em ações. "O propósito não é trazer um novo investidor agora, mas formar pessoas e criar uma cultura de aplicação em ações", diz Dayse, pedagoga com especialização em marketing e uma das responsáveis pela criação da área educacional da mineradora Vale.
O trabalho do instituto, diz Dayse, integra o conjunto de ações da BM&F Bovespa para expandir o mercado acionário no Brasil, como as palestras e cursos gratuitos e o próprio programa de popularização da bolsa, que inclui a campanha publicitária "Quer ser sócio?". "São todas ações ligadas com o objetivo de mobilizar as pessoas para a aplicação em ações", afirma Dayse. "Não basta apenas convidar o investidor a vir para a bolsa, é preciso mostrar como vir e ficar por um longo tempo", acrescenta.
O programa de cursos da "Escola do Investidor" é dividido de acordo com o perfil dos investidores. Para os moderados, definidos como aqueles que buscam aplicar em ações com visão de longo prazo, há três opções: mercado à vista de ações, macroeconomia e análise fundamentalista.
Há também um curso de análise técnica, para o investidor de perfil moderado que, além do médio e longo prazos, pretende girar parte da carteira no curto prazo. Para os ousados, que já têm conhecimento para operar no mercado de derivativos, o instituto oferece outras três alternativas: mercado a termo e futuros, mercado de opções e tributação de derivativos de ações.
Os cursos, em turmas de 20 ou 25 alunos, são oferecidos em módulos de 16 horas. O custo gira em torno de R$ 300. A divulgação e as inscrições para os cursos são realizadas exclusivamente pelo site do bolsa (www.bmfbovespa.com.br). Segundo Dayse, as receitas obtidas com a venda de cursos ainda não cobrem os custos. Ou seja, o instituto ainda é subsidiado pela própria bolsa. "Mas nosso objetivo é ser um braço de negócios autossustentável em um prazo de cinco anos, trabalhando sem receber nenhum subsídio", diz Dayse.
Além da "Escola do Investidor", o instituto lançou no fim do ano passado a "Escola de Empresas", que oferece programas de orientação e qualificação para empreendedores. A ideia, conta Dayse, é atender desde "start-ups" (empresa que acabaram de abrir as portas), passando por pequenas e médias, até companhias de grande porte de capital fechamento. "E também começamos a trabalhar recentemente com o "day-after" do IPO, auxiliando os empresários a lidar com o dia a dia e uma companhia aberta", afirma a executiva.
Dayse lembra que a atual área educacional da BM&F Bovespa tem origem na BM&F, na década de 80, quando era voltada especialmente para a formação de profissionais. Após o processo de desmutualização, abertura de capital e fusão da BM&F com a Bovespa, o instituto ganhou novas funções e passou a ampliar sua área de atuação. Com a criação da "Escola do Investidor" e da "Escola de Empresas, ressalta Dayse, o Instituto Educacional da bolsa passa a abranger os três principais públicos do mercado de capitais: profissionais, investidores e empresas. "Passamos a nos relacionar com todas as partes do ecossistema que constitui o mercado", afirma a executiva.

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