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Publicado em 01 de julho de 2011 às 10h58min
Tag(s): Centrais Sindicais
As Centrais Força Sindical, CUT e UGT criticaram a fusão entre a rede francesa de supermercados Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar, anunciada terça-feira (28), alertando sobre eventuais demissões nas lojas, monopolização do varejo e uso de R$ 4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na transação.
“A UGT manifesta sua contrariedade a que recursos públicos, oriundos dos trabalhadores, sejam direcionados para financiar o nascimento de um gigante monopolista de proporções nunca vistas em toda a história brasileira”, reagiu a central.
Ricardo Patah, presidente da entidade e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que representa os funcionários das duas redes, garantiu que a preocupação maior é com o trabalhador. “Como as duas empresas têm sede em São Paulo, há cargos administrativos que devem se sobrepor. Queremos a manutenção de empregos”, disse.
A Força Sindical atentou para um eventual monopólio no segmento. “A fusão pode ser o início de uma concentração predatória, que poderá gerar monopólio no setor varejista”. A entidade defende que a “concentração não pode ditar regras no mercado, com impacto negativo para os consumidores, como a administração de preços”.
O presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou que a central é contra o uso de recursos do BNDES em fusões de empresas privadas. “Quem ganha com isso? Qual o beneficio para a sociedade? Essa concentração em verdadeiros monopólios não vai fazer com que os preços aos consumidores sejam cada vez mais elevados?”, questionou.
Governo
A compra das ações do Carrefour no Brasil ainda não foi acertada, já que um imbróglio acionário promete emperrar a decisão. O grupo francês Casino, sócio do Pão de Açúcar que almeja o controle majoritário a partir de 2012, pretende barrar a fusão. O Casino é o principal concorrente do grupo Carrefou na França.
O governo brasileiro defende a ideia de que com os r$ 4 bilhões que o BNDES pretende investir na fusão, o mercado varejista brasileiro teria um gigante nacional, não internacional. o líder do governo no senado Romero Jucá, afirmou que a empresa de Abílio Diniz passaria a ser um “player” internacional, caso ocorra a fusão.
No entanto, a operação de fusão daria ao pão de açúcar o controle de apenas 11% das ações do Carrefou em nível mundial.
(com agência sindical)