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Publicado em 07 de julho de 2011 às 09h42min
Tag(s): Greve dos professores
A greve dos professores e trabalhadores da educação do Rio de Janeiro completa um mês nesta quinta-feira (7). Uma nova assembleia está marcada para amanhã (8), porém o sindicato acredita que a paralisação continue.
A principal reivindicação dos profissionais em greve é o reajuste emergencial de 26% e o descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos. Ontem (6), foi realizada uma reunião entre membros do sindicato, deputados e o secretário de educação para discutir as reivindicações da categoria, mas nenhuma decisão foi tomada.
A Secretaria de Educação, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que aguarda o fechamento do balanço da arrecadação estadual no primeiro semestre para estudar a viabilidade das reivindicações. Um novo encontro entre a secretaria e membros do sindicato para discutir as propostas deve acontecer em 15 de julho.
Segundo o sindicato, cerca de 60% dos funcionários aderiram ao movimento e 70% das escolas da baixada Fluminense estão paralisadas. Na capital, a porcentagem é de 50%. No interior, são 30% das escolas que estão sem aula. Já a Secretaria da Educação fala em uma adesão de 1,5% dos 51 mil professores.
O sindicato fala em cerca de 700 mil alunos sem aula; para a secretaria as atividades nas escolas estão praticamente normais. Nenhum dos dois soube informar o número exato de alunos afetados pela paralisação.
Protestos
Na última terça-feira (5), os profissionais foram em passeata até o Palácio Guanabara para pressionar o governo. No dia 1º de junho, os docentes fizeram um ato no supermercado Mundial, no centro do Rio, contra o Auxílio Cultura - um cartão com crédito anual de R$ 500, que beneficia somente professores regentes (que trabalham em sala de aula), deixando de fora funcionários e aposentados. Para o sindicato, isso "divide e fragmenta a categoria".
O governo estadual anunciou que vai pagar neste ano a parcela de 2012 da gratificação "Nova Escola". De acordo com a gestão Sérgio Cabral (PMDB), receberão o pagamento 167 mil servidores, a um custo de R$ 711 milhões. As alterações nos salários dependem da aprovação de um projeto a ser enviado pelo governador à Assembleia Legislativa.
A secretaria também afirma que, nos últimos três anos e meio, houve aumentos salariais que chegaram a 52%. Segundo o governo estadual, houve "melhorias salariais" em todos os anos desde 2007.
A rede estadual de ensino do Rio de Janeiro tem 1.457 unidades escolares, 1,1 milhão de alunos e 75 mil professores, sendo 51 mil regentes de turma.
Santa Catarina
Professores de outros Estados também estão em greve. Em assembleia realizada ontem (6), os profissionais da educação de Santa Catarina decidiram continuar a paralisação, iniciada no dia 18 de maio. O principal pedido é a implementação do piso salarial nacional de R$ 1.177. No total, a rede conta com cerca de 40 mil professores e 250 mil alunos.
O sindicato não soube dizer se houve alteração na adesão ao movimento. No último dado divulgado por eles, cerca de 70% dos trabalhadores estavam parados e 90% das escolas estavam sem aula.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, a greve dos trabalhadores das escolas estaduais começou no dia 8 de junho e continua por tempo indeterminado. Segundo o Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), metade dos profissionais aderiram ao movimento.
Os trabalhadores exigem o pagamento do piso salarial nacional e se recusam a aceitar o subsídio oferecido pelo governo desde o início do ano como parte desse valor. No total, a rede mineira tem cerca de 2,4 milhões de alunos em 4,5 mil escolas e 250 mil professores.
Rio Grande do Norte
Os professores potiguares estão em greve desde o fim de abril. Segundo José Teixeira, coordenador do Sinte-RN (Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Rio Grande do Norte), 85% dos trabalhadores estão parados e quase 300 mil alunos estão sem aula. Hoje será realizada uma audiência de conciliação entre governo e sindicato.
O movimento reivindica a implantação imediata do piso salarial nacional e do plano de carreira. Segundo Teixeira, o piso deve ser retroativo ao mês de abril, mas eles aceitam o parcelamento dos atrasados.