Estudantes secundaristas ocupam colégios em Buenos Aires

Publicado em 11 de julho de 2011 às 10h38min

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Às vésperas das eleições para o governo da cidade de Buenos Aires, capital federal da Argentina, doze colégios permanecem ocupados por estudantes secundaristas que reclamam das “péssimas” condições dos edifícios, além de pedirem aumento do orçamento para educação pública e as bolsas de estudos prometidas pela atual gestão de Mauricio Macri, também candidato à reeleição e cotado para vencer o primeiro turno.
Os protestos, iniciados na segunda-feira (4/7), contam com o apoio de parte dos docentes e têm sido responsáveis por esquentar o debate sobre educação nestas eleições. “Nossa luta é, como em 2010, para defender a educação pública e terminar com o desmonte de nossas escolas”, declarou em comunicado a Coordenação Unificada de Estudantes Secundários (CUES), entidade que representa os estudantes e realiza ocupações.
Um informe da auditoria da cidade, publicado esta semana pelo jornal Pagina12, revela que em 2010, apenas 40% da verba destinada à infraestrutura escolar foi utilizada pelo governo da cidade de Buenos Aires. Os dados mostram também que, apesar do aumento gradativo de verba para a manutenção das instalações de ensino, a execução desse orçamento tem diminuído a cada ano.
Em 2007, a cidade teria usado 137,7 milhões de pesos dos 149,2 milhões previstos para a área (o que equivale a 92,29%). Já no ano passado, dos 525,2 milhões orçados (valor mais de três vezes superior) foram executados apenas 212 milhões.
O governo rebateu o estudo afirmando que a execução de obras em 2010 foi superior aos 50%. Segundo Mario Terzano, subsecretário de Gestão Econômica, Financeira e Administração de Recursos da cidade, “não basta colocar apenas uns tijolos para que a obra seja considerada executada”.
Para esta sexta-feira (8/7) está programada uma marcha em defesa da educação pública. Os estudantes sairão da sede do Ministério Nacional da Educação rumo ao Ministério de Educação de Buenos Aires. Eles prometem encerrar as ocupações para que as eleições, marcadas para o domingo, possam acontecer normalmente nos colégios.

UOL Educação

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