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Publicado em 15 de julho de 2011 às 09h08min
Tag(s): Greve dos professores
Professores da rede estadual do Rio de Janeiro fazem um ato-vigília em frente à entrada da Secretaria de Educação nesta quinta-feira (14), na Rua da Ajuda, onde mantêm um acampamento desde terça-feira (12). Os docentes, em greve há 38 dias, aguardam uma nova audiência dos seus representantes com o secretário de Educação, Wilson Risola, que acontece às 17h, na Assembleia Legislativa.
A reunião aconteceria na sede da Secretaria de Educação, mas foi transferida para o gabinete do presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB). De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), o deputado ligou ontem para remarcar o local da reunião e disse que irá intermediar uma contraproposta do governo.Depois de uma audiência com uma comissão de integrantes do Sepe, na terça-feira (12), o secretário Wilson Risola e secretário de Planejamento, Sérgio Ruy, acenaram que o governo pode oferecer R$ 30 de aumento para os professores.
Risola também já havia anunciado a antecipação do pagamento da parcela de 2012 da gratificação Nova Escola, parceladas em seis vezes e prevista para terminar de ser paga apenas em 2015.
Até o momento, a proposta do governo não atende as principais reivindicações do movimento grevista. Os docentes querem 26% de reajuste salarial, o pagamento de todas as parcelas da gratificação Nova Escola, eleições diretas para a direção das escolas, descongelamento do plano de carreiras para os funcionários administrativos, além de liberação de 1/3 da jornada de trabalho para elaborarem aulas, participarem de reuniões e atenderem os estudantes.
Na sexta-feira, a partir das 14h, eles se reúnem em uma assembleia geral para decidirem os rumos da greve no Clube Municipal, na Tijuca, zona norte do Rio.
Professores recebem apoio dos cariocas
Em campanha pelo apoio à mobilização e greve, os docentes deram aulas públicas nesta semana, reunindo muitos pedestres que passavam próximo ao acampamento. As aulas foram de matemática, sobre “Como sobreviver com o salário do professor”, filosofia que tratou da “Ética na política” e de história, sobre “República Velha e a repressão aos movimentos sociais”.
Os grevistas também lançaram uma petição pública que já conta com o apoio de vários professores das Universidades públicas do Rio (para acessá-la, clique aqui).
O baixo salário da categoria, aliada às péssimas condições de trabalho e a situação de violência enfrentada pelo professores nas escolas, tem levado muitos profissionais a deixarem a carreira. De acordo com o Sindicato, 2,4 mil professores pediram exoneração somente em 2011.
Atualmente, um funcionário administrativo ganha, com desconto, R$ 433. Um professor da rede estadual do Rio, contando os descontos, ganha R$ 681 para um trabalho de 16 horas. O valor é menos que um salário mínimo e meio. Com o acréscimo da gratificação de 2012, os docentes receberão em julho salário bruto de R$ 836,10 ante R$ 765,66.
Brasil de Fato