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Publicado em 15 de julho de 2011 às 15h07min
Tag(s): SBPC
Os sistemas de avaliação de pesquisa científica das agências de fomento no Brasil, apesar de terem se instituído como uma cultura de índices, estão esgotados. Essa foi a conclusão entre os palestrantes da mesa-redonda "Debatendo os Sistemas de Avaliação", realizada na última terça-feira (12), na 63ª Reunião Anual da SBPC.
O professor José Renan Cunha Melo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aponta entre as principais dificuldades do sistema de avaliação o fato de hoje serem medidos apenas a produtividade e não a excelência dos trabalhos, além de não haver metodologia para avaliação das Ciências Humanas e Sociais, de cunho mais subjetivo como a pesquisa artística. Segundo Melo, há também uma dicotomia entre as pesquisas do tipo I (básicas) e do tipo II (aplicadas).
Melo propôs como alternativa um modelo que classifique os pesquisadores de acordo com a quantidade de publicações em periódicos, diferenciando as publicações de excelência, os pesquisadores que também atuam como gestores e aqueles que possuem um perfil de formadores de recursos humanos.
O membro do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Evando Mirra, chamou a atenção para o fato de que a pesquisa científica comparada à existência da universidade é recente; tem 200 anos, enquanto a outra 900. A pesquisa, segundo ele, foi introduzida como o melhor método de aprendizado, qualificação de recursos humanos e inovação. "Hoje as pesquisas científicas estão inseridas num contexto complexo, de inter e transdisciplinaridade, de heterogeneidade cultural e necessitam de atualização do sistema de avaliação", afirmou.
Professores que acompanharam a discussão demostraram descontentamento com o atual sistema de avaliação do País, no qual as agências não conversam entre si e o aspecto mais relevante é a produtividade, medida em número de publicações. "Se me pedem um paper, por que vou desenvolver mais a pesquisa para gerar um produto e sua patente?", contestou o professor Antonio Lapa.