Estudante é assassinado quando entrava para aula em escola de Cuiabá

Publicado em 21 de julho de 2011 às 16h40min

Tag(s): Educação



Um estudante foi assassinado com cinco tiros quando entrava na escola onde estudava, em Cuiabá. O crime ocorreu na manhã desta quinta-feira (21) na unidade de ensino Cesário Neto, região central de capital, frequentada por alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Dois rapazes foram presos por policiais militares momentos depois do crime.
Segundo a Polícia Militar, Gustavo Pacheco da Silva, 17, chegava à escola quando percebeu que estava sendo seguido pelos desafetos. Ele correu para tentar se esconder na sala de aula, mas foi perseguido. Um dos jovens disparou cinco tiros e acertou as costas da vítima.
De acordo com o capitão Wesnensandro Rodrigues, uma patrulha da PM passava no local quando recebeu o aviso da central de operações sobre o crime. Foram presos Maurício Pereira Filho e Vinícius Toledo Lemos, ambos com 18 anos. Eles caminhavam tranquilamente numa rua lateral ao muro da escola.
Na opinião do capitão, há duas possibilidades para o crime. Uma pode estar ligada ao tráfico de drogas. A outra é uma possível participação da vítima em alguma assalto. O oficial explica que Gustavo tinha histórico de envolvimento com a criminalidade.
A PM apreendeu um revólver calibre 38 em poder de Vinicius Toledo. Todos os cinco projéteis estavam deflagrados. Os suspeitos do crime foram levados para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os depoimentos devem ser demorados porque investigadores e escrivães estão em greve desde a segunda-feira (18).
O assassinato causou pânico entre estudantes e professores. As aulas foram suspensas e devem ser retomadas nesta sexta-feira (22).
Zona de risco
A Escola Cesário Neto é considerada uma das que mais têm ocorrências registradas no Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp). A maioria dos casos é relacionada ao consumo e tráfico de drogas, principalmente a pasta-base de cocaína, dentro da unidade de educação.
O capitão Rodrigues afirma que o 1ª Batalhão da PM mantém uma equipe que cuida da escola Cesário Neto e de outra, a Nilo Póvas, que fica na mesma região.
A coordenador pedagógica da turma matutina, Suzana Rondon, confirmou que a escola tem histórico de violência. Segundo ela, alunos usam drogas, ameaçam professores e grupos invadem o prédio da unidade de ensino em para acertar contas com alunos.
“Mas é a primeira vez que acontece um assassinato”, diz a coordenadora, que apelou para as secretários Diógenes Curado (Segurança) e Rosa Neide Sandes de Almeida (Educação) no sentido de resolverem o problema da violência dentro da unidade. “Todos os dias temos problemas aqui”, avisa.
Segundo a coordenadora, a maior parte dos alunos é formada por ex-presidiários e adolescentes que cumpriram penas no Centro Sócioeducativo, unidade onde são internados menores infratores.
Outro lado
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que mantém diversas ações preventivas para minimizar a violência nas unidades de ensino. Na Cesário Neto, segundo a Seduc, são desenvolvidos projetos com o Estado e o governo federal para a formação de professores e reconhecimento e ajuda a vítimas de violência.
A secretaria agora vai intensificar ações para evitar mais crimes como o que ocorreu nesta quinta-feira. Uma dessas medidas é solicitar à Polícia Militar que deixe policiais dentro da escola.
A Secretaria de Segurança Pública foi procurada pela reportagem do UOL Notícias, mas uma estagiária informou que somente à tarde é que haverá posicionamento.

UOL Educação

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