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Publicado em 26 de julho de 2011 às 15h53min
Tag(s): Protesto
O Movimento dos Trabalhadores da Cultura (MTC) que ocupou, na tarde da segunda-feira (25), o prédio da Funarte - instituição de apoio e fomento à arte vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) –, convoca mais artistas para se juntarem à mobilização.
“Estamos organizados como trabalhadores e convidamos os trabalhadores que perderam a paciência que venham pra cá”, explica Fábio Resende, integrante da Brava Companhia de Teatro.
A convocatória é para que os coletivos de arte transfiram seus ensaios e trabalhos para o prédio do governo. Nesta terça-feira (26), os grupos de teatro, dança, circo, vídeos e outras artes que já estão na Funarte iniciaram o dia com diversas atividades culturais.
“Chamamos a todos trabalhadores interessados em arte pública e cultura pública neste país, que é arte feita para todos e por todos, a se juntar a este acampamento”, afirma Natália Siufi Grupo Teatral Parlendas, da Rede Brasileira de Teatro de Rua.
Sob a palavra de ordem “É hora de perder a paciência”, o protesto dos trabalhadores da cultura começou às 14h da segunda-feira em frente ao prédio do órgão com cerca de 700 pessoas. Por volta das 17h, os manifestantes resolveram ocupar a Funarte, localizada na região central de São Paulo.
Os manifestantes protestam contra as políticas públicas de financiamento dos programas culturais que, segundo eles, acabam beneficiando somente as empresas, como por exemplo o modelo de renúncia fiscal praticado via Lei Rouanet, instrumento do MinC criado em dezembro de 1991, que possibilita o financiamento das atividades culturais pela iniciativa privada em troca de incentivos fiscais.
O movimento reivindica o imediato descontingenciamento de 2/3 da verba para cultura (corte do orçamento anunciado pelo governo federal); e a aprovação das PEC´s 150 – que garante que o mínimo de 2% (hoje, 40 bilhões de reais) do orçamento geral da União seja destinado à Cultura –, e 236 – que prevê a cultura como direito social.
A ocupação foi realizada de forma pacífica e festiva. Logo que ocuparam o prédio, osmanifestantes iniciaram a formação de comissões e a divisão de tarefas. O objetivo do movimento é, além da abertura de um canal de negociação com o governo federal, construir uma discussão coletiva sobre “uma nova forma de se fazer política”.
Na assembleia realizada na noite da segunda-feira, que determinou a ocupação por tempo indeterminado, estavam presentes 300 pessoas.