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Publicado em 29 de julho de 2011 às 16h47min
Tag(s): Comunicação
”A partir da necessidade de organizar os trabalhadores dentro das fábricas, nasceu a ideia de criar um jornal que fosse o elo entre essa ideia de concepção política e a categoria”, disse Paulo Vidal, presidente do Sindicato na época em que nasceu a Tribuna Metalúrgica.
Em 1971, quando surgiu a Tribuna Metalúrgica, o País estava dominado pela ditadura militar. Nas fábricas, as chefias reproduziam o sistema repressivo e o trabalhador deveria fazer sua tarefa calado. Qualquer coisa diferente era rua!
A grande virada aconteceu em 1977, quando a categoria inicia campanha pela reposição de 34,1%, percentual que os militares haviam surrupiado da inflação. Em 1978, o 3º Congresso da categoria lança as bases do novo sindicalismo ao pedir uma nova estrutura sindical, as comissões de empresa e o fim do imposto sindical obrigatório.
Nesse momento, o presidente do Sindicato era Lula. Para ele “a Tribuna sempre foi uma ferramenta de orientação e luta para os metalúrgicos da região. A Tribuna cumpre papel essencial, pois parte da vida concreta dos trabalhadores”
O processo de organização no local de trabalho cresce e no 1º de Maio desse ano cerca de 100 mil metalúrgicos mostram sua força nas assembleias realizadas no Estádio da Vila Euclides.
“A Tribuna é fundamental para esse diálogo com a categoria. Por ocasião das greves, o papel da Tribuna era dar outra visão àquilo que estava saindo na imprensa oficial”, disse Jair Meneguelli, presidente do Sindicato entre 1981 a 1987.
A década de 80 ficou conhecida como a década perdida por causa das crises econômicas, da recessão e do desemprego. Os metalúrgicos, no entanto, mostram seu poder de mobilização e conquistam seu espaço.
Em julho de 1993, com a unificação dos sindicatos de metalúrgicos de Santo André e São Bernardo e Diadema, a Tribuna parou no número 2293. A contagem recomeçou do número 1 com o jornal mudando o nome para Tribuna Metalúrgica do ABC e chegar 3045 na edição de hoje.
A luta na época era pelo emprego. Para Vicentinho, presidente do Sindicato entre 1987 e 1995, “a Tribuna é um instrumento importante dessa luta. Nas intervenções que o Sindicato sofreu pelos militares, ela sustentou a comunicação junto aos trabalhadores”.
A Tribuna deu ampla divulgação à manifestação realizada em 1997 contra a política econômica recessiva do governo federal quando o então presidente FHC visita a Ford.
“A Tribuna sempre foi um instrumento importante de informação e orientação”, disse Heiguiberto Navarro, o Guiba, presidente entre 1994 e 1996.
Por isso, o jornal participou ativamente da campanha presidencial que elegeu Lula presidente da República em 2003. Em poucos meses o Brasil sai da recessão e inicia um processo de crescimento que vai repercutir diretamente na vida dos trabalhadores.
Desde o ano seguinte os trabalhadores conquistam aumento real de salários. A categoria aumenta sua organização com os Comitês Sindicais de Empresa.
Para Luiz Marinho, presidente entre 1999 e 2005, é obrigação da Tribuna dar a informação com visão crítica. “A Tribuna vem cumprir o papel de informar a categoria e, de forma indireta, formar em relação a diversos assuntos. Ela tem um papel de informação e formação”.
Já o atual presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, entende que o papel da Tribuna junto aos metalúrgicos do ABC continua sendo fundamental. “Ela é tão importante que insistimos em não abrir dela”, diz. “Afinal, a Tribuna Metalúrgica é hoje o único jornal sindical com circulação diária", conclui.