Escolas de MG e TO apresentam experiências bem-sucedidas

Publicado em 05 de agosto de 2011 às 09h37min

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O modelo de educação integral do município mineiro de Governador Valadares começou a ser executado em 2010, em 100% das redes urbana e rural de ensino. De acordo com a secretária municipal de educação, Sames Assunção Madureira, o sistema reúne hoje 23 mil estudantes do ensino fundamental — dois mil deles matriculados em escolas do campo. Mesmo nas unidades de ensino pequenas e com poucos estudantes, a prefeitura decidiu manter os alunos na comunidade.
A jornada escolar vai das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira. Além das atividades intercaladas, mas sintonizadas, que contemplam o conteúdo do currículo com atividades culturais, artísticas, esportivas e de lazer, os estudantes têm café da manhã, lanche, almoço e uma refeição no fim do expediente.
A avaliação do primeiro ano de atividades das escolas em tempo integral surpreendeu pais e professores. A evasão escolar, que em 2009 chegou a 5,1%, caiu para 1,8% no fim do ano letivo de 2010. Além de bem alimentados e bem cuidados, os estudantes participaram de projetos de saúde bucal e oftalmológico. “Caiu o número de alunos doentes, as escolas registraram aumento da frequência escolar e a violência foi reduzida”, garante a secretária.
A 320 quilômetros de Belo Horizonte, o município, criado há 73 anos, reúne população de 263,5 mil habitantes, segundo o censo de 2010.
Palmas — Surgida há 22 anos, a capital do Tocantins oferece educação integral a 1.073 estudantes de cinco escolas da área rural, situadas a distâncias de nove a 80 quilômetros do perímetro urbano. As aulas normais são intercaladas com atividades previamente escolhidas pelos estudantes. Depois de uma aula de geografia, por exemplo, segue-se uma oficina sobre meio ambiente e sustentabilidade; após uma oficina de leitura, vem uma aula de língua portuguesa.
A experiência, implantada em 2008, indica a permanência dos alunos na unidade de ensino por oito horas e meia, de segunda a quinta-feira. Na sexta-feira, eles cumprem as tarefas escolares em casa. Educar e ao mesmo tempo fortalecer os laços dos estudantes com a família e com o meio onde vivem são objetivos do programa, explica a coordenadora da educação integral de Palmas, Cristina Pellegrino.
Enquanto os estudantes fazem as tarefas em casa, a escola dedica a sexta-feira à formação continuada dos professores e à realização do planejamento coletivo das atividades.
As cinco escolas rurais atendem alunos do primeiro ao nono ano do ensino fundamental, com idades que vão dos seis aos 18 anos — no campo, muitos jovens trabalham com a família e nem sempre conseguem concluir o ensino fundamental aos 14 ou 15 anos.
Em Palmas, a educação integral começou a ser implantada pelas escolas urbanas em 2005 e foi efetivada em 2007. No ano seguinte, o projeto foi expandido para o campo. Segundo Cristina, o município fechou o primeiro semestre letivo de 2011 com 13 escolas em tempo integral, custeadas com recursos do município e do programa Mais Educação.
Das 13 escolas, três seguem modelo padronizado, criado no município — prédios com quadra de esportes coberta, auditório, laboratórios, piscina, cozinha e refeitório, além das salas de aula. As unidades reúnem 3.577 alunos do ensino fundamental, com jornada diária de nove horas e meia, de segunda a sexta-feira.
Outras cinco escolas urbanas foram adaptadas para a educação integral. Nelas estudam 3.026 alunos do ensino fundamental. Também foram adequadas para aulas em tempo integral cinco escolas rurais.
Neste início de agosto, mais 25 escolas municipais de ensino fundamental de Palmas terão parte dos estudantes encaminhados para a educação integral. Todas receberam recursos do Mais Educação para oferecer atividades culturais, esportivas e de lazer, além de reforço escolar.
Em julho, segundo Cristina, a prefeitura de Palmas assinou convênio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a construção de três escolas-padrão em tempo integral. Quando prontas, elas atenderão cerca de quatro mil alunos. O objetivo da prefeitura é universalizar a educação integral no município.

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